Para o ex-vice-presidente dos EUA, o resultado da eleição presidencial até pode diminuir velocidade de investimentos, mas a transição energética para fontes renováveis é “inevitável”.
O ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, em entrevista ao Financial Times, afirmou que os eleitores norte-americanos enfrentam uma “escolha maniqueísta” sobre ação climática na votação de novembro, e que a vitória da democrata Kamala Harris é a única opção realista.
“A direção da viagem para a economia global está definida. A dúvida que resta é quão rápido essa transição (para fontes renováveis) pode ocorrer. E, claro, isso será afetado por quem será o próximo presidente dos EUA.”
Segundo Gore, uma vitória do candidato republicano Donald Trump, negacionista climático que retirou o país do Acordo de Paris quando ocupou a Casa Branca, pode colocar a perder os avanços políticos dos últimos anos sob a gestão do atual presidente, Joe Biden.
Nesta semana, Harris recebeu o apoio da revista Scientific American, um dos principais veículos sobre ciência para o público em geral. Em editorial, a revista destacou que a atual vice oferece as melhores perspectivas para uma política climática alinhada à ciência na economia mais rica do planeta.
“[Harris] nos oferece um caminho a seguir iluminado pela racionalidade e respeito por todos. Economicamente, os projetos de energia renovável que ela apoia criarão novos empregos nos EUA rurais. (…) Trump oferece um retorno às fantasias sombrias e demagógicas, negando a realidade das mudanças climáticas”, assinalou a revista.
Enquanto isso, no plano internacional, um possível retorno de Trump à Casa Branca é encarado com pessimismo por negociadores climáticos. A AFP abordou como a incerteza da disputa presidencial nos EUA também interfere nos impasses da agenda de negociação para a COP29 de Baku, inclusive na questão do financiamento climático.
Lembrando que a 29ª Conferência do Clima abrirá um dia antes da votação nos EUA – ou seja, o resultado da eleição deverá ser conhecido ainda na primeira semana de negociação.
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ClimaInfo, 20 de setembro de 2024.
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