Seca extrema atingiu 42 Territórios Indígenas somente em julho, aponta COIAB

26 de setembro de 2024
Seca extrema 42 Territórios Indígenas julho COIAB
Fernando Frazão/Agência Brasil

Relatório da COIAB detalha impactos da seca nas Terras Indígenas da Amazônia; além de subsistência e transporte, rios secos dificultam funcionamento de escolas e clínicas.

A seca extrema que assola a região amazônica está sendo sentida com ainda mais força pelos Povos Indígenas. Segundo a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), 42 territórios e 3 mil domicílios indígenas foram afetados pela seca, além de 15 Povos Originários, sendo um deles isolado.

Os dados são do novo relatório “Amazônia à Beira do Colapso”, que traz novas atualizações sobre o impacto da seca nas Terras Indígenas amazônicas. De acordo com o documento, o clima seco tem causado prejuízos múltiplos aos Povos Indígenas.

Além de dificultar o acesso à água potável e ao alimento, a seca também afetou a oferta de serviços básicos, como educação e saúde. Na Amazônia Legal, o funcionamento de 110 escolas e 40 unidades de saúde voltadas às comunidades indígenas ficou comprometido de alguma forma em decorrência da seca.

O quadro é generalizado em toda a região amazônica. Além da seca, as queimadas também ameaçam as comunidades indígenas, que sofrem para conseguir conter as chamas. O fogo está intimamente associado às pressões externas de exploração dos territórios por não-indígenas, especialmente nas TI localizadas no chamado “arco do desmatamento”, que abrange os estados do Pará, Mato Grosso, Amazonas, Rondônia e Maranhão.

O relatório foi lançado pela COIAB em evento realizado na Climate Week em Nova York (EUA), em paralelo à Assembleia Geral da ONU. Para a COIAB, a ocasião foi importante para informar a comunidade internacional sobre os desafios enfrentados pelos Povos Indígenas no Brasil e como eles podem contribuir na luta global contra a crise climática.

“Somos nós [Povos Indígenas] que estamos nos territórios vivenciando os impactos e crimes ambientais. São os nossos territórios que ajudam a frear as mudanças climáticas. Por isso, demarcar Terras Indígenas é importante, não só para os Povos Indígenas, mas também para a sociedade em geral”, destacou Toya Manchineri, coordenador da COIAB.

O relatório da COIAB foi abordado por diversos veículos, com matérias na Agência Brasil, Alma Preta, Correio Braziliense, R7 e UOL.

Em tempo: A COIAB também divulgou nota sobre o discurso do presidente Lula na abertura da Assembleia Geral da ONU na última 3a feira (24/9). Segundo a entidade, o presidente precisa “atualizar o seu discurso” e, de fato, colocar os Povos Indígenas no processo decisório e na gestão do meio ambiente. Entre as cobranças, a COIAB pediu mais celeridade e proatividade do governo na demarcação de novas Terras Indígenas e o veto a projetos econômicos que possam afetar a vida das comunidades originárias, como a exploração petroleira na foz do rio Amazonas e a exploração de potássio em Autazes (AM).

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