Largura do furacão – ventos se estenderam por 500 km ao tocar a terra – fez com que a tormenta inundasse cidades e vilas distantes da costa.
O número de mortos pelo furacão Helene, que atingiu seis estados do sudeste dos Estados Unidos, não para de crescer. São pelo menos 133 mortes confirmadas até a manhã de 3ª feira (1/10), depois que o furacão de categoria 4 atingiu a Flórida e rumou para o norte, passando pelas Carolinas do Sul e do Norte, Geórgia, Tennessee, Alabama e Virginia. Apenas no condado de Buncombe, na Carolina do Norte, 600 pessoas continuavam desaparecidas, o que mostra que a tragédia ainda está longe do fim.
O que chama atenção é que a maioria das vítimas de Helene vivia a centenas de quilômetros de onde a tempestade tocou terra. Sua devastação se deve a dois fatores principais: seu tamanho massivo e a quantidade significativa de umidade que absorveu sobre as águas abertas do Caribe, detalha a Bloomberg.
As temperaturas elevadas dos oceanos, impulsionadas pelas mudanças climáticas, estão permitindo que as tempestades acumulem mais vapor d’água, provocando chuvas torrenciais. A largura de Helene – com ventos que se estendiam por 500 km ao tocar terra, sendo maior que 90% dos furacões na região nas últimas duas décadas – fez com que ela inundasse cidades e vilas distantes da costa.
Um exemplo é Asheville. Localizada nas bucólicas montanhas Blue Ridge, no oeste da Carolina do Norte, e longe da costa, era considerada um “refúgio” contra condições climáticas extremas. Agora, a cidade histórica foi devastada e isolada, em uma exibição impressionante do alcance ilimitado da crise climática nos EUA, destaca o Guardian.
“Helene foi uma espécie de pior cenário possível”, disse John Cangialosi, especialista sênior em furacões do Centro Nacional de Furacões dos EUA, em Miami. “É um daqueles furacões com todos os perigos. Você ouve falar que algumas tempestades são máquinas de vento, outras causam marés de tempestade e algumas trazem chuva. Helene produziu todos esses perigos, de forma significativa”, ressaltou.
De acordo com a AP, a tempestade provocou a pior inundação em um século na Carolina do Norte. Na Carolina do Sul, na manhã de 2ª feira (30/9), mais de 700.000 casas estavam sem energia. A falta de luz também atingia 500.000 imóveis na Geórgia e outros 400.000 na Carolina do Norte.
A destruição causada por Helene também foi repercutida por Bloomberg, Reuters, Guardian, USA Today, Independent, New York Times, CNN, NBC e Al Jazeera.
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ClimaInfo, 2 de outubro de 2024.
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