Rio abriga hidrelétrica de Belo Monte; sua bacia banha Mato Grosso e Pará, sendo usada para abastecer 23 cidades, com mais de 560 mil habitantes.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou na 2ª feira (30/9) situação crítica por escassez hídrica na bacia do rio Xingu, que banha os estados de Mato Grosso e Pará – mais um efeito da seca histórica que atinge o país. Foi a 5ª declaração de escassez hídrica feita pela agência reguladora neste ano.
É no rio Xingu que está o complexo de Belo Monte, a maior hidrelétrica 100% brasileira, que causou um imenso impacto socioambiental e que continua operando sem renovação de sua licença ambiental. A bacia do Xingu é usada para abastecimento público de 23 cidades, com mais de 560 mil habitantes, detalha o g1.
Em alguns pontos do Xingu, a ANA considera que uma seca como a atual só deveria ocorrer uma vez a cada 100 anos, considerando os padrões de chuva registrados de 1980 a 2022, destaca a Folha. “Isso indica que a situação que estamos vivendo neste momento é extraordinária”, disse o superintendente adjunto de Regulação de usos dos Recursos Hídricos da agência, Patrick Thomas.
Em nota, a ANA informou que o objetivo da medida, válida até 30 de novembro, é garantir a segurança hídrica da região e mitigar os impactos da seca nos níveis dos rios [a medida também inclui o rio Iriri, afluente do Xingu]. A decisão da agência também pode impactar a geração da mega-hidrelétrica, informa O Globo. O órgão regulador afirma ainda que a decretação da situação crítica visa “comunicar à população a gravidade da situação de seca na região”. Ele afirma que a intenção é permitir que instituições gestoras e diferentes usuários de recursos hídricos no Xingu adotem medidas preventivas para mitigar os impactos da estiagem. Além disso, a ANA informou que poderá alterar regras de uso da água e adotar outras medidas, já que sua expectativa é que os níveis dos rios baixem ainda mais em outubro e novembro.
Com a medida, quase toda a bacia direita do rio Amazonas está em situação crítica reconhecida pelo governo federal. Além do Xingu, já houve declaração de situação crítica para as bacias dos rios Madeira, Purus e Tapajós.
Em maio, a ANA também declarou escassez hídrica no rio Paraguai, que banha a região do Pantanal.
Valor, Estadão, UOL e IstoÉ Dinheiro também noticiaram a decisão da ANA.
Em tempo: No Amazonas, as previsões de que a seca deste ano seria pior que a estiagem extrema registrada no ano passado vão se confirmando. O nível d’água na região do Baixo Solimões – em Manacapuru no interior do estado – atingiu 2,90 metros na 2ª feira (30/9), o nível mais baixo já registrado no município. Em 30 de agosto, o Alto Solimões também havia alcançado a menor cota na cidade de Tabatinga. A seca mais severa na região do Baixo Solimões atingiu seu pico em 25 de outubro de 2023, quando o rio chegou a 3,11 metros. Ou seja, a cota atual está 21 centímetros abaixo da marca histórica anterior, explica o g1.
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ClimaInfo, 2 de outubro de 2024.
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