
A região metropolitana de São Paulo foi surpreendida na 6ª feira (11/10) com uma forte tempestade que causou mortes e destruição em diversos municípios. Milhões de pessoas tiveram o fornecimento de energia elétrica interrompido, o que se mantinha até a tarde deste domingo (13) para cerca de 900 mil clientes.
O temporal se formou rapidamente e trouxe os ventos mais fortes registrados na cidade de São Paulo em quase três décadas. Na estação meteorológica de Interlagos, na zona sul da capital paulista, os ventos atingiram 107,6 km/h, o maior índice desde 1995.
Segundo o g1, a Defesa Civil paulista confirmou a morte de pelo menos sete pessoas na Grande SP e no interior em virtude da tempestade, a maior parte em decorrência da queda de um muro na cidade de Bauru, que atingiu três pessoas e um cachorro. No total, ao menos 98 municípios do estado registraram fortes chuvas com rajadas de vento.
De acordo com os meteorologistas, a tempestade foi resultado do choque de duas massas de ar – uma massa quente ao sul e leste de SP e outra fria entrando a partir do oeste do estado. Esse contraste foi determinante para que o temporal viesse com vendaval forte em São Paulo, explicou a MetSul.
Ao mesmo tempo, detalhou a Climatempo, os céus de SP registraram uma aglomeração de nuvens do tipo cumulonimbus, que se formam quando há grande disponibilidade de umidade e uma atmosfera aquecida. Essa formação também foi influenciada pelo choque das massas de ar quente e fria, gerando assim as condições para a ocorrência da tempestade.
“Pelo fato de termos passado por períodos de secura muito acentuada ao longo dos últimos meses, esse retorno das chuvas acaba sendo um pouco mais forte, intenso, e com instabilidade muito intensas”, explicou o meteorologista César Soares, da Climatempo, ao g1.
A ocorrência da tempestade e os danos causados reiteram a vulnerabilidade da maior metrópole do país a eventos climáticos extremos. “Uma coisa que tem que ficar clara é que rajadas de vento superiores a 100 km/h vão se tornar cada vez mais frequentes na capital paulista por causa da mudança climática”, destacou Soares ao jornal O Globo. Estadão e Folha também abordaram as causas da forte tempestade que atingiu São Paulo.
Um reflexo mais imediato dessa vulnerabilidade é a incapacidade da empresa Enel, concessionária de fornecimento de energia elétrica na região metropolitana de São Paulo, em restabelecer os serviços dias após a tempestade. Soma-se a isso a incompetência do poder público nos três níveis em fiscalizar a prestação de serviço e garantir o fornecimento básico de energia, além do desinteresse em adaptar a infraestrutura elétrica aos efeitos do clima extremo.