
Com a justificativa da seca histórica que atingiu o Brasil nos últimos meses ter afetado os reservatórios hidrelétricos, o governo autorizou a operação de usinas a gás fóssil, que produzem uma energia que, além de suja, é cara. Isso doeu no bolso do consumidor, como se viu no resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de outubro, divulgado pelo IBGE semana passada.
Em novembro, porém, deve vir algum alívio na nossa “conta de luz”. Isso porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) decidiu que acionará a bandeira amarela no próximo mês, bem mais barata que a bandeira vermelha patamar 2 – a mais cara do sistema de bandeiras tarifárias – que está em vigor em outubro. A redução será possível devido ao aumento de chuvas registrado neste mês.
Com isso, o valor extra cobrado para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos cairá de R$ 7,877 para R$ 1,885, informam g1, Agência Brasil, Metrópoles, IstoÉ Dinheiro, Diário do Nordeste, Diário do Centro do Mundo, Band e Correio Braziliense. Isso deve reduzir também a inflação, já que o custo da energia elétrica respondeu por 40% do mais recente IPCA-15.
Apesar do alívio, a ANEEL informou que a previsão de chuvas e de vazões nas regiões das hidrelétricas continua abaixo da média. Por isso, a agência ainda não acionou a bandeira verde, que tem custo zero, e vai continuar cobrando a tarifa extra para cobrir os custos da geração termelétrica fóssil.
Mas, além da volta das chuvas, é preciso considerar também que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aumentou a oferta de geração de eletricidade renovável do Nordeste, que havia reduzido desde agosto do ano passado após um apagão. Com a entrada em operação de novas linhas de transmissão, o ONS aumentou o despacho dessa energia, mais limpa e barata. E os consumidores esperam ansiosamente os reflexos desse crescimento, pagando menos pela luz.
Em tempo: O calor e a seca incomuns de setembro levaram a um aumento de 2,8% no consumo de energia pelas residências, em relação ao igual mês de 2023. A informação consta de um relatório da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) divulgado na 6ª feira (25/10). O aumento do consumo ocorreu justamente no mês em que a ANEEL acionou a bandeira vermelha pela primeira vez após 3 anos. No mês passado foi cobrada a bandeira vermelha patamar 1, com R$ 4,46 adicionais a cada 100 kWh.