Em 24h, caiu o equivalente a mais de um mês de chuva no leste da Espanha, causando a pior catástrofe climática do país em décadas.
A Espanha está em choque com os efeitos de um forte e repentino temporal que despejou o equivalente a um mês de chuvas na última 4ª feira (29/10) no leste do país. A região de Valência, a mais afetada, contabilizou pelo menos 95 mortes decorrentes das inundações até a tarde de ontem (30). Mas os danos podem ser ainda maiores, já que dezenas de pessoas seguem desaparecidas – e a previsão é de mais chuva nos próximos dias.
Vídeos e imagens compartilhadas nas redes sociais mostraram o impacto das inundações. Ruas foram transformadas em rios lamacentos, com uma forte correnteza levando tudo o que tinha pela frente. Como se fossem brinquedos, carros ficaram acumulados em pilhas, obstruindo as vias e dificultando o trabalho das equipes de resgate.
A chuva era esperada, mas não na potência que foi observada. Em Valência, a precipitação média registrada em 24 horas superou o esperado para o mês inteiro de outubro. Em algumas áreas, o volume de chuva foi tamanho que superou o total esperado para o ano inteiro.
Moradores de Valência relataram ao Guardian os momentos de terror. Para muitos, a chuva era bem-vinda, já que a região leste da Espanha – como, aliás, a maior parte do país – sofre com uma estiagem que persiste há mais de um ano. No entanto, o volume da chuva logo nas primeiras horas deixou evidente que não se tratava de uma precipitação normal.
“Secas e inundações são os dois lados da mesma moeda da mudança climática. [O aumento da temperatura média global] significa mais energia, mais vapor d’água, mais instabilidade – todos os ingredientes para tempestades aterrorizantes”, explicou o climatologista italiano Stefano Materia, do Barcelona Supercomputing Center, ao Guardian.
Estadão, Folha, g1 e O Globo, entre outros, repercutiram o impacto das chuvas em Valência. A notícia também foi destaque na imprensa internacional, com matérias em Associated Press, BBC, CNN, Deutsche Welle, Financial Times, Guardian, NY Times, Reuters e Washington Post.
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ClimaInfo, 31 de outubro de 2024.
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