
A busca por corpos em Valência, na Espanha, continuou na 2ª feira (4/11), com a região ainda ameaçada por chuvas, após os históricos temporais que, em algumas áreas, despejaram em 24 horas uma quantidade de água equivalente a 1 ano de precipitações. Até ontem já eram 217 os mortos, mas autoridades temiam que esse número aumentasse. Também ontem, Barcelona, na Catalunha, foi atingida por fortes temporais, causando medo e caos numa das maiores cidades espanholas.
Em Valência, a busca por corpos continuava em casas, garagens e milhares de carros destruídos ainda espalhados pelas ruas, rodovias e canais que canalizaram o dilúvio da semana passada para áreas povoadas da região. Voluntários e cerca de 10.000 soldados e policiais ajudavam no gigantesco esforço de limpeza, enquanto os moradores tentavam retirar lama e destroços de suas casas, relata a CBS.
Alertas meteorológicos amarelos e âmbar foram emitidos para partes de Valência e da vizinha Catalunha, com recomendações para que as pessoas nas áreas afetadas evitem sair de carro e mantenham distância da costa e dos rios, informa o Guardian. As chuvas atingiram Barcelona, levando o governo regional a emitir alertas de proteção civil e a cancelar todos os serviços de trens locais. Mais de 50 voos foram cancelados ou sofreram grandes atrasos no aeroporto El Prat. A forte chuva também inundou áreas importantes do aeroporto, incluindo o terminal T-1 e instalações de estacionamento. Imagens mostram a pista completamente submersa enquanto um avião aborta uma aterrissagem, e os poucos aviões restantes no pátio de manobras foram forçados a atravessar vários centímetros de água, relata o Independent.
No domingo, uma multidão de sobreviventes revoltados lançou insultos e lama contra o rei Felipe VI e a rainha Letizia durante sua visita ao subúrbio de Paiporta, em Valência, fortemente afetado. A multidão gritava “Fora!” e “Assassinos”, entre outros insultos, enquanto o monarca e outros oficiais tentavam falar com os moradores e várias dezenas de pessoas jogavam lama na direção deles, informam Guardian e Financial Times.
No dia seguinte a esse episódio, líderes na Espanha iniciaram um jogo de acusações sobre a tragédia climática, destaca o Financial Times. Carlos Mazón, chefe do governo regional de Valência, acusou um órgão administrado pelo governo central do primeiro-ministro Pedro Sánchez de não ter enviado alertas de enchentes. Já a administração de Sánchez rebateu, afirmando que Mazón estava espalhando mentiras após as enchentes.
É bom – e urgente – que as autoridades, da Espanha e de todos os países do mundo entrem em acordo e se preparem para tais situações. Como destaca a Bloomberg, cientistas reiteram que as mudanças climáticas, causadas principalmente pela queima de combustíveis fósseis, tornaram eventos extremos como o que ocorreu em Valência cada vez mais frequentes e intensos. E troca de acusações não irá impedir mortes e destruição que vêm na esteira desses eventos.
Bloomberg, Reuters, Financial Times, Bloomberg, Reuters, AP, Financial Times e Daily Mail repercutiram a tragédia climática na Espanha.