
Equipes de resgate ainda fazem buscas por pessoas em áreas alagadas de Valência, no leste da Espanha, uma semana depois de chuvas extremas devastarem a região. Mais de 200 pessoas morreram devido à tragédia climática. Agora, com a ameaça de novos temporais sendo reduzida, começa a contabilização dos estragos e dos investimentos que serão necessários para reconstruir bairros completamente destruídos.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, anunciou na 3ª feira (5/11) o primeiro pacote financeiro para as vítimas das tempestades, informam Bloomberg e Reuters. Serão até € 10,6 bilhões (R$ 67 bilhões, menos que os quase R$ 100 bi que o governo federal já liberou para o Rio Grande do Sul após as chuvas extremas de maio), e mais recursos serão anunciados no futuro, disse Sanchez. O pacote inclui ajuda direta para famílias, trabalhadores autônomos e empresas; garantias de crédito apoiadas pelo estado para empresas e moradores; e fundos para governos municipais pagarem por reparos e reconstrução.
O governo valenciano, contudo, quer mais, e rápido. Segundo a Bloomberg e o Insurance Journal, o presidente regional de Valência, Carlos Mazon, vai pedir a Madri € 31,4 bilhões (R$ 196 bilhões), para a reconstrução de casas e compra de veículos, entre outras demandas. As ruas estão cobertas de lama, e mais de 100 mil carros foram atingidos pelas enchentes, segundo estimativas iniciais.
As instituições financeiras também já começaram a fazer as contas dos custos com a tragédia climática. Os danos a empresas em cidades atingidas pelas enchentes podem superar € 10 bilhões (R$ 63 bilhões), com a exposição de empréstimos bancários valendo cerca de € 20 bilhões (R$ 126 bilhões), de acordo com representantes de empresas e do Banco da Espanha ouvidos por Reuters e BNN Bloomberg.
“A exposição dos bancos é relativamente alta, mas não é um evento sistêmico, terá um impacto absorvível”, disse o diretor geral de estabilidade financeira, regulação e resolução do Banco da Espanha, Angel Estrada.
Embora a extensão das perdas reais ainda não esteja clara, o Banco da Espanha disse que as instituições financeiras emprestaram cerca de € 13 bilhões, incluindo hipotecas, para cerca de 150.000 tomadores privados na região, e € 7,2 bilhões foram concedidos em crédito para cerca de 23.000 empresas.
Em tempo: As Filipinas estão prestes a ser atingidas pela 4ª tempestade em pouco mais de um mês, o que pode aumentar ainda mais as perdas agrícolas, que já somam pelo menos US$ 197 milhões. O Tufão Yinxing, conhecido localmente como Marce, deve provocar mais de 200 milímetros de chuva torrencial na província de Cagayan a partir de 5ª feira (7/11), informam Bloomberg, Reuters e New York Times. A região permanece intensamente encharcada devido às chuvas das recentes tempestades.