Objetivo é ampliar capacidade de articulação da entidade em nível global e acelerar implantação das medidas acordadas nos fóruns internacionais de combate às mudanças climáticas.
Na 3ª e última sessão temática da cúpula de líderes do G20, dedicada ao tema “desenvolvimento sustentável e transição energética”, o presidente Lula propôs a criação do Conselho de Mudança do Clima no âmbito da ONU. O objetivo da proposta é ampliar a capacidade de articulação da entidade em nível global e, com isso, acelerar a implantação das medidas relativas ao combate às mudanças climáticas acordadas nos fóruns internacionais.
“Precisamos de uma governança climática mais forte. Não faz sentido negociar novos compromissos se não temos um mecanismo eficaz para acelerar a implementação do Acordo de Paris. O Brasil convida a comunidade internacional a considerar a criação de um Conselho de Mudança do Clima na ONU, que articule diferentes atores, processos e mecanismos que hoje se encontram fragmentados”, disse o presidente.
Lula ainda cobrou os países desenvolvidos e conclamou as nações emergentes a apresentarem metas climáticas ambiciosas, destaca o UOL. “Sem assumir suas responsabilidades históricas, as nações ricas não terão credibilidade para exigir ambição dos demais. Aos países em desenvolvimento, faço um chamado para que suas NDCs cubram toda a economia e todos os gases de efeito estufa. É essencial que considerem adotar metas absolutas de redução de emissões.”
Além disso, o presidente brasileiro defendeu que os países desenvolvidos do G20 adiantem em até 10 anos suas metas de neutralidade climática, previstas atualmente para 2050, como forma de combater o aquecimento global e a crise do clima, relata a Agência Brasil. “Proponho que antecipem suas metas de neutralidade climática de 2050 para 2040 ou até 2045”.
“Nossa bússola continua sendo o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Esse é um imperativo da Justiça Climática”, disse Lula.
Em tempo: Na reunião de encerramento da Cúpula de Líderes do G20, o presidente Lula transferiu a presidência rotativa do grupo para o colega Cyril Ramaphosa, da África do Sul, que sediará o encontro de 2025. “A África do Sul poderá contar com o Brasil para exercer uma presidência para além do que podemos executar. Lembro aquela frase do líder Nelson Mandela que disse: ‘É muito fácil demolir e destruir, poderosos são os que constroem’”, disse Lula, em fala destacada pelo g1. O presidente também destacou a implantação do G20 Social, iniciativa inédita que será continuada pela presidência sul-africana. “Deixamos a lição de que quanto maior a interação, maior o resultado dos nossos trabalhos.”
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ClimaInfo, 20 de novembro de 2024.
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