
Poucos dias antes da posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, que ocorre hoje (20/1), a administração Joe Biden apresentou um plano para limitar a perfuração de poços e a infraestrutura para combustíveis fósseis em uma área da Reserva Nacional de Petróleo do Alasca. O ato visa proteger uma área de cerca de 12.000 km2 no norte do Alasca de petroleiras ávidas em explorar petróleo e gás fóssil no ambiente ambientalmente sensível do Ártico, destaca o New York Times. E que tem o aval público de Trump para isso – lembrem-se do “drill, baby, drill”, dito por ele na campanha presidencial.
A ação do Departamento do Interior representa o passo mais recente de Biden para consagrar proteções que podem complicar os planos de Trump para a expanção rápida do desenvolvimento de petróleo e gás em terras e águas federais dos EUA, explica a Bloomberg. Nas últimas semanas, Biden também designou novos monumentos nacionais e descartou a venda de direitos de perfuração em mais de 2,5 milhões de km2 de águas costeiras.
A reserva no Alasca é a maior extensão de terra intocada nos EUA. É um importante local de nidificação para aves migratórias, lar de caribus, ursos pardos e carcajus, e também um habitat importante para ursos polares.
Mas ela também contém grandes reservas de combustíveis fósseis e foi criada em 1923 como uma fonte de petróleo para a Marinha. Algumas perfurações exploratórias ocorreram desde então, mas a reserva foi deixada praticamente intocada até o final dos anos 1990.
Ambientalistas esperavam que o esforço criasse um baluarte contra o plano de Trump de desencadear o desenvolvimento do petróleo estadunidense. “O governo Biden entende claramente que a indústria de petróleo e gás não tem direito a essas preciosas terras públicas e está tomando medidas para garantir que elas sobrevivam”, disse Bobby McEnaney, diretor de conservação de terras do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais.
Embora Trump possa deixar de lado as áreas especiais propostas por seu antecessor e ignorar as salvaguardas provisórias impostas, sua ação poderia ser contestada em um tribunal federal. O relatório e o memorando revelados na 5ª feira (16/1) reforçam o histórico do governo Biden para essas salvaguardas, fornecendo embasamento para qualquer futura batalha legal.
A briga nos tribunais, aliás, já começou, mas para reverter as últimas proibições de Biden para a exploração de combustíveis fósseis. Um grupo de estados liderados pelos republicanos entrou com uma ação judicial na 6ª feira (17/1) contestando a proibição anunciada no início do mês sobre novos desenvolvimentos de petróleo e gás fóssil na costa do país, informa a Reuters.