Ministério da Fazenda quer discussão sobre mercado integrado de carbono na COP30

Entre os temas prioritários para o ministro Fernando Haddad (Fazenda) na COP30, também estão o financiamento para florestas tropicais e a interoperabilidade das taxonomias sustentáveis.
19 de fevereiro de 2025
(Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil)

Além dos temas em negociação na próxima COP30, que acontecerá em novembro em Belém (PA), o Ministério da Fazenda definiu alguns tópicos prioritários nas conversas com os governos. Segundo o portal Metrópoles, citando Rafael Dubeux, secretário-executivo-adjunto do ministro Fernando Haddad, a pasta enfocará três assuntos principais: financiamento para florestas tropicais, mercado integrado de carbono, e a interoperabilidade das taxonomias sustentáveis.

No que tange ao financiamento para florestas tropicais, o carro-chefe de Haddad será o novo fundo proposto pelo Brasil, o Tropical Forest Finance Facility (TFFF). A iniciativa visa captar recursos por meio do mercado financeiro, através de aplicações financeiras, com o objetivo de arrecadar US$ 125 bilhões para financiar a proteção de florestas tropicais em todo o mundo. O capital investido será destinado a ativos verdes e o retorno será aplicado na preservação dessas florestas.

Já sobre o mercado integrado de carbono, a ideia é viabilizar a integração do recém-criado Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) com outros mercados no exterior. Além disso, o Brasil quer discutir a estruturação de um mercado plurilateral, com vários países se comprometendo com um teto de carbono.

Por fim, em relação à interoperabilidade das taxonomias sustentáveis, a proposta é definir uma padronização básica dos conceitos referentes a investimentos e finanças verdes entre os países, de forma a evitar distorções que possam facilitar o greenwashing. O Brasil está discutindo sua taxonomia verde e espera concluir esse processo até meados deste ano.

A proatividade da Fazenda nas discussões sobre a COP30 contrasta com a lentidão da resposta de outros setores do governo federal. O Capital Reset destacou como essa letargia, especialmente dos órgãos que estão na linha de frente da organização logística da COP, está fazendo com que o governo perca o controle da narrativa sobre o evento.

Um exemplo óbvio é a questão dos preços exorbitantes que estão sendo cobrados por hospedagens em Belém. Mesmo com apelos para que o governo tome alguma medida mais enérgica, o máximo que aconteceu foi uma promessa de que as coisas melhorarão nos próximos meses, quando novos hotéis e hospedagens serão entregues.

Mas os impasses vão além da logística. Depois de demorar na definição do presidente da COP, o governo federal não tem a menor pressa para designar o Champion da COP. Apesar da movimentação da Fazenda, mesmo a chamada “agenda de ação”, que reúne as prioridades da Presidência da COP, ainda está fechada.

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