Governo Trump pode retirar classificação de perigo ligada aos gases estufa

Status é base para todas as legislações federais nos EUA relacionadas às emissões ligadas à queima de combustíveis fósseis; EPA quer rever entendimento.
28 de fevereiro de 2025
gases estufa
Maxim Tolchinskiy/Unsplash

O principal órgão regulador ambiental dos EUA pode dar um cavalo-de-pau nas políticas federais para o clima, derrubando um entendimento científico de 16 anos para acabar com qualquer necessidade de redução de emissões de gases de efeito estufa pela maior economia do planeta.

Segundo a Bloomberg, por recomendação do novo administrador da Agência de Proteção Ambiental (EPA), Lee Zeldin, a Casa Branca pode rever a chamada “descoberta de perigo”, feita em 2009, que considera os gases de efeito estufa como uma ameaça à saúde e ao bem-estar da população.

Essa classificação está na base de todas as políticas e legislações voltadas para a redução dessas emissões, desde o Clean Air Act do governo do ex-presidente Barack Obama (2009-2017) até o Inflation Reduction Act da gestão do antecessor de Trump, Joe Biden (2021-2025).

A derrubada da “descoberta de perigo” esvaziaria qualquer necessidade, aos olhos do governo norte-americano, para reduzir não apenas as emissões de gases de efeito estufa mas também de poluentes decorrentes da queima de combustíveis fósseis. A medida é defendida com entusiasmo por grupos negacionistas e, na prática, representaria a rejeição formal pela Casa Branca da existência do problema climático.

Por outro lado, a revisão não anima setores próximos ao governo Trump, como as grandes petroleiras e empresas de energia. Esses grupos estariam preocupados com o tamanho do esforço que seria necessário para reescrever todas as políticas, sem falar no risco de processos judiciais contestando a medida.

A EPA também está na mira da sanha da dupla Trump e Elon Musk para desmontar a estrutura do governo norte-americano. Nesta semana, o presidente surpreendeu os funcionários da agência ao sugerir que estava estudando um corte de 65% de seu efetivo. Depois, de acordo com a Reuters, a Casa Branca corrigiu a observação, dizendo que o governo estaria analisando cortes de 65% nos gastos do órgão. AFP e NY Times deram mais detalhes.

Associated Press, Euronews, Grist, Independent, NY Times e Washington Post, entre outros, repercutiram a notícia.

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