Cobertura de gelo no Ártico atinge a menor marca para fevereiro

Segundo o observatório Copernicus, o mês foi o terceiro mais quente já registrado, o que contribuiu para uma redução histórica da extensão de gelo marinho nos polos.
6 de março de 2025
degelo Ártico
Hector John Periquin/Unsplash

A cobertura de gelo marinho atingiu seus piores patamares da história para o mês de fevereiro no Hemisfério Norte, de acordo com levantamento do observatório europeu Copernicus.

De acordo com o Copernicus, o gelo marinho do Ártico atingiu sua menor extensão mensal em fevereiro, 8% abaixo da média histórica. O mês foi o terceiro consecutivo em que a extensão do gelo marinho ártico estabeleceu um recorde negativo. Já na Antártica, a extensão mensal registrada no último mês foi a quarta menor para o período, 26% abaixo da média histórica.

Os cientistas já haviam observado uma anomalia de calor extremo no Ártico no início de fevereiro, o que fez com que as temperaturas subissem mais de 2oC acima da média e cruzassem o limite para o derretimento do gelo. O evento de calor extremo no Ártico, em pleno inverno no Hemisfério Norte, impediu que o gelo marinho atingisse sua extensão normal, o que pode facilitar seu derretimento durante o verão.

“A falta de gelo marinho significa superfícies oceânicas mais escuras e a capacidade da Terra de absorver mais luz solar, o que acelera o aquecimento global”, explicou Mika Rantanen, do Instituto Meteorológico da Finlândia, ao Guardian. “Acredito que esse evento, combinado com o declínio de longo prazo do gelo marinho devido à mudança do clima antropogênica, foi a causa primária da menor extensão de gelo marinho do Ártico já registrada.”

As temperaturas globais de superfície em fevereiro não ajudaram. Segundo o Copernicus, a média para fevereiro de 2025 foi de 13,36oC, temperatura 0,63oC acima da média para fevereiro de 1991-2020 e 1,59oC acima dos níveis pré-industriais. Fevereiro de 2025 também foi o 19º mês nos últimos 20 meses em que a temperatura média do ar na superfície foi mais de 1,5oC superior à média estimada para 1850-1900.

“Fevereiro de 2025 continua a sequência de temperaturas recordes ou quase recordes observadas ao longo dos últimos dois anos. Uma das consequências de um mundo mais quente é o derretimento do gelo marinho, e a cobertura de gelo marinho recorde ou quase recorde em ambos os polos empurrou a cobertura global para um mínimo histórico”, afirmou Samantha Burgess, do observatório Copernicus.

Os dados referentes à cobertura de gelo marinho e às temperaturas médias para fevereiro também foram destacados por AFP, Agência Brasil, Folha, O Globo, New Scientist, Projeto Colabora, Um Só Planeta, UOL e Washington Post, entre outros.

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