
O problema da falta de hospedagem em Belém (PA) causou a primeira mudança na agenda de negociação da COP30. Na semana passada, o governo federal confirmou que a cúpula de chefes de governo, que costuma acontecer no começo ou no final das duas semanas de conferência, que neste ano acontece entre 10 e 21 de novembro, ocorrerá na semana anterior à abertura do evento, nos dias 6 e 7.
De acordo com o secretário extraordinário do governo federal para a COP30, Valter Correia, a antecipação do encontro de líderes globais dará mais tranquilidade e organização para a realização da COP30. “Isso nos dá tempo para uma reflexão mais aprofundada, sem a pressão da rede hoteleira ou da cidade, além de ajudar a organizar melhor a abertura oficial do evento”, disse.
A ideia do governo federal para antecipar a cúpula é garantir a disponibilidade de hotéis para os chefes de estado e governo que virão à Belém, bem como de suas equipes e representantes de alto nível. Além disso, a antecipação permitirá que essas hospedagens sejam disponibilizadas para outros participantes durante as duas semanas de negociação.
A decisão já vinha sendo pensada desde o final do ano passado, mas ganhou força depois da crise de relações públicas causada pela escalada dos preços de hospedagem em Belém. Os participantes da COP30 seguem encontrando poucas opções de hospedagem, a maior parte cobrando preços abusivos. Isso intensificou o questionamento sobre a opção pela capital paraense para a realização da COP.
Apesar das críticas, o governo federal manteve a COP30 em Belém e segue garantindo que todos os participantes terão lugar para ficar durante a Conferência. Além da expansão da rede hoteleira permanente, o governo também continua trabalhando para ancorar navios de cruzeiro no porto de Belém durante o evento, criando novas opções temporárias de hospedagem.
Estadão, Metrópoles, Revista Cenarium e Valor, entre outros, repercutiram a notícia.
Em tempo: Além da carestia hoteleira, a preparação da cidade para a COP30 também está causando polêmica. A Folha destacou o caso de uma obra de drenagem em um dos canais de Belém, que ficou de fora do pacote de preparação para a conferência. Inacabada, a obra acabou resultando na invasão de barracos precários na beira do curso d'água e na atuação de traficantes de drogas e outros criminosos. O canal São Joaquim fica a 5 km do Parque da Cidade, onde acontecerão os principais eventos da COP.