
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo quer apresentar na COP30 “alguns arranjos financeiros avançados” que permitam o “pagamento de serviços ambientais para países pobres manterem florestas tropicais em pé”, relatou o Valor. “Começamos a esboçar um modelo de mercado internacional de crédito de carbono”.
Em evento promovido pelo Milken Institute, em Los Angeles, na 2ª feira (5/5), o titular da Fazenda afirmou que o Brasil está em posição privilegiada para liderar o que ele chamou de “reglobalização sustentável”, uma nova fase da globalização baseada em princípios sustentáveis, informou a agência eixos. Ele destacou o papel do país na promoção do multilateralismo e disse que o êxito da presidência brasileira no G20 em 2024 fortalece sua atuação na COP30.
Para Haddad, o protagonismo do país se deve ao histórico da diplomacia multilateral brasileira e às boas relações com grandes blocos econômicos, bem como às oportunidades para receber investimentos em soluções limpas. “O Brasil defende o multilateralismo. Tem todas as parcerias consolidadas com o Sudeste Asiático, com a Europa, com os Estados Unidos, com o Mercosul. Tem ótimas relações com os grandes blocos econômicos, pontuou.
Apesar de Donald Trump e seu ataque ao multilateralismo e à agenda climática, o Brasil quer se aproximar mais dos Estados Unidos, frisou o Valor. Segundo o ministro, esse movimento foi feito durante o governo de Joe Biden e também será feito agora. “Há complementaridades importantes entre nossas economias que podem e devem ser exploradas”, explicou.
Haddad está nos Estados Unidos desde o fim de semana para promover a futura Política Nacional de Data Centers (Redata), que, segundo o ministro, integra o Plano de Transformação Ecológica (PTE).
Em tempo: O Estadão informou que o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, escolheu três enviados especiais para assuntos críticos da conferência. Para temas sobre Amazônia, o selecionado é Denis Minev, CEO do Grupo Bemol. Os tópicos de energia ficam com Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEólica). Já pautas relacionadas ao setor privado estão a cargo de Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Corrêa do Lago ainda convidou o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues para ser “Enviado Especial da Agricultura” durante o evento, segundo a CNN. Rodrigues será responsável pela articulação com o setor agropecuário nas negociações da conferência.