
O IBAMA está intensificando sua estrutura de combate a incêndios florestais em antecipação ao período crítico de queimadas, que se estende de maio a novembro. A medida surge como resposta aos índices alarmantes registrados em 2024, quando focos de fogo atingiram proporções preocupantes nos biomas da Amazônia e Cerrado.
Segundo informações obtidas pela Folha, o órgão ambiental ampliou seu contingente de brigadistas em 17%, alcançando 2.600 profissionais, e reforçou sua frota com a aquisição de 17 novas caminhonetes, totalizando 170 veículos. A capacidade aérea para fiscalização e combate às chamas também receberá incremento significativo. A frota de helicópteros saltará de sete para onze aeronaves, enquanto o número de viaturas especializadas no combate a incêndios passará de 54 para 84 unidades.
Como parte da estratégia operacional, o IBAMA investirá R$ 22 milhões na compra de duas bases móveis avançadas, equipamentos essenciais para atuação em áreas remotas. O diretor de proteção ambiental da autarquia, Jair Schmitt, destacou que os recursos totais disponíveis para 2025 podem chegar a R$ 313 milhões, incluindo verbas adicionais.
A iniciativa decorre de números recentes que apontam para uma tendência crescente de queimadas no território nacional. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), apenas nos primeiros quatro meses de 2025, as chamas consumiram 20.572 km², superando em 4,5% a área queimada no mesmo período do ano anterior.
O panorama se torna ainda mais grave quando analisado o acumulado de 2024: o MapBiomas registrou a destruição de 30,8 milhões de hectares por incêndios, equivalente a 79% a mais que em 2023. Deste total, cerca de 22,5 milhões de hectares correspondiam a vegetação nativa.
Especialistas em meio ambiente manifestam preocupação com a capacidade de resposta do país diante deste cenário, alertando para a necessidade de maior coordenação entre as esferas governamentais e investimentos em tecnologia. Por outro lado, representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima afirmam que as ações preventivas para 2025 estão mais robustas, com a criação do comitê de manejo integrado do fogo e parcerias firmadas com estados prioritários.
A expectativa é que as condições climáticas, potencialmente menos severas que em 2024, contribuam para resultados mais positivos. A comunidade científica tem destacado os impactos ambientais decorrentes desta escalada de queimadas. Pesquisa publicada na Global Change Biology por especialistas de INPE, USP e instituições internacionais aponta que o avanço da degradação florestal, principalmente por incêndios, está comprometendo os esforços brasileiros no combate às mudanças climáticas.
Pará Terra Boa e Campo Grande News, entre outros, repercutiram as iniciativas do IBAMA.