
O verão europeu não está fácil. Veneza, Lisboa, Sevilha e Bordeaux estão entre as cidades do sul da Europa que enfrentaram temperaturas extremas no último domingo (29/6), com autoridades alertando a população sobre os riscos à saúde. Na Espanha e em Portugal, os termômetros podem chegar a 43°C nos próximos dias, enquanto a França prevê calor intenso em quase todo o território até meados da próxima semana.
Na Itália, 21 cidades, incluindo Roma, Milão e Veneza, estão em alerta máximo devido ao calor extremo. Ambulâncias foram posicionadas em áreas turísticas para emergências, enquanto hospitais relataram aumento de casos de insolação. “Idosos, pacientes com câncer e pessoas em situação de rua são os mais afetados”, explicou Mario Guarino, da Sociedade Italiana de Medicina de Urgências, citado pela Deutsche Welle.
Já o Guardian trouxe o alerta do secretário-geral da ONU, António Guterres, sobre as altas temperaturas deste começo de verão na Europa. “O calor extremo deixou de ser exceção para se tornar realidade constante” afirmou.
Especialistas afirmam que as mudanças climáticas estão tornando as ondas de calor mais frequentes e intensas. “O efeito das ilhas urbanas de calor agrava ainda mais as temperaturas nas cidades”, assinalou Emanuela Piervitali, do Instituto Italiano de Proteção Ambiental. Com previsões de extremos ainda piores no futuro, governos locais criaram medidas de adaptação, como “refúgios climáticos” com ar-condicionado e acesso gratuito a piscinas para idosos.
Além dos riscos à saúde humana, a biodiversidade também sofre. Na França, as aves estão especialmente vulneráveis, com ninhos atingindo temperaturas acima de 40°C. “Nossos centros de resgate estão lotados”, alertou Allain Bougrain-Dubourg, da Liga para a Proteção das Aves.
Enquanto isso, a Reuters repercutiu os incêndios florestais que se alastram em Portugal e na ilha italiana da Sicília, onde bombeiros lutam contra as chamas em meio ao calor extremo. Na Turquia, os incêndios já forçaram a evacuação de mais de 50 mil pessoas.
A Reuters também abordou a situação do rio Reno no oeste da Alemanha. O baixo nível da água levou embarcações a operarem com, no máximo, 50% de sua capacidade. Rota vital para grãos, minérios e combustíveis, o tráfego no rio Reno enfrenta nova ameaça com previsão de temperaturas de até 40°C nesta semana para a região. Comerciantes alertam que a situação pode piorar, lembrando os problemas logísticos de 2022, quando a seca paralisou parte do transporte fluvial. A crise atual já impacta cadeias de suprimentos e eleva custos para importadores e exportadores.
E não é apenas pela falta de fluxo nas embarcações que o calor extremo causa prejuízos. Na França e no Reino Unido, os preços da energia dispararam devido ao aumento da demanda por refrigeração, enquanto usinas nucleares reduzem produção – como as unidades Golfech 1 e Blayais 1 da EDF, onde o aquecimento dos rios compromete o resfriamento, informou a Bloomberg.
Guardian, BBC, Bloomberg, UOL, IstoÉ e O Tempo, entre outros, trataram dos efeitos das temperaturas extremas no sul da Europa.