O New York Times investigou a pecuária na Amazônia e sua responsabilidade por 80% do desmatamento dos últimos anos e por boa parte dos focos de incêndio que acontecem há décadas. O jornal mapeou a cadeia da pecuária de corte e revelou a fragilidade do rastreamento do gado, desde o nascimento até o frigorífico.
Chamando o processo de ‘lavagem’ da carne, mostrou que os frigoríficos só conseguem garantir que compram o gado de uma fazenda livre de desmatamento. Mas não podem garantir que, do nascimento até a engorda final, este gado só tenha passado por fazendas livres de desmatamento. Assim, o aumento significativo neste século da demanda global por carne bovina levou à busca de novas áreas para pastagens.
O artigo diz que “o incentivo para desmatar mais florestas tropicais para pastagem tornou-se difícil de resistir, e o resultado foi um aumento na prática de lavagem de gado que minou os negócios e devastou as florestas tropicais do Brasil. Para agravar o problema, agricultores e fazendeiros interpretaram a posse do populista de direita, Jair Bolsonaro, como uma luz verde para queimar mais fundo na floresta tropical. Nas palavras deste trecho do artigo: “‘Se havia uma coisa sobre a qual Bolsonaro estava muito claro’, disse Jeremy M. Martin, vice-presidente de Energia e Sustentabilidade do Instituto das Américas, uma organização de pesquisa sediada na Califórnia, ‘era que ele estava 100% disposto a comprometer a Amazônia por uma melhoria econômica’”.
O artigo cita pesquisas relevantes e aponta para os entraves que o sistema criou para não ser transparente.
ClimaInfo, 11 de outubro de 2019.
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