A vitória obtida por ativistas jovens na Alemanha na semana passada, quando a justiça concordou que os objetivos climáticos do país são insuficientes e que precisam ser melhorados, pode ter repercussões importantes nos próximos anos. Cada vez mais, a litigância climática – a ação judicial de cidadãos contra a falta de ambição das metas climáticas dos governos – está sendo encabeçada por grupos da juventude. Casos similares ocorreram em diversos países nos últimos meses, inclusive no Brasil, com a ação movida por jovens contra a “pedalada” feita pelo governo Bolsonaro no compromisso do país para o Acordo de Paris.
Ana Estela de Sousa Pinto tratou do caso alemão na Folha, destacando a importância da mobilização da juventude na revitalização do ativismo climático e na emergência do Partido Verde como força política relevante no cenário eleitoral do país. No Climate Home, Isabelle Gerretsen levantou alguns desses casos em países como Portugal e Colômbia. Além da responsabilização da indústria fóssil pelos impactos de seus negócios, as ações judiciais também ressaltam a ameaça representada pela intensificação de eventos climáticos extremos ao direito à vida, especialmente das gerações mais novas e daquelas que vão nascer no futuro. Até mesmo o sisudo Financial Times deu o braço a torcer, assinalando que os países precisam responder aos anseios de seus cidadãos mais jovens, cada vez mais preocupados com o futuro em meio à crise climática.
Em tempo: Três jovens entraram na justiça do Reino Unido cobrando a responsabilização do governo britânico pela falta de ações práticas para reduzir as emissões de carbono nos últimos anos. Eles também acusam o governo de Boris Johnson de não apresentar um plano de ação viável para tirar do papel a meta de neutralidade do carbono até 2050. O Guardian deu mais detalhes.
ClimaInfo, 4 de maio de 2021.
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