Prazo termina e apenas uma das 17 térmicas contratadas pelo governo está operando

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Reprodução Vídeo Globonews

No ano passado, o governo federal fez uma contratação emergencial de 17 novas usinas termelétricas para aliviar a pressão sobre a geração hidrelétrica durante a crise hídrica que atingiu boa parte do país. Pelas regras, essas usinas deveriam estar operacionais a partir de 1º de maio de 2022. Passado esse prazo, apenas uma está efetivamente funcionando: todas as demais seguem em diferentes fases de implementação, sendo que algumas sequer iniciaram a construção.

Como apontado aqui na semana passada, especialistas do setor já alertavam para o risco disso acontecer. O edital de contratação prevê uma “margem de erro” para a operação dessas usinas, de até três meses a partir do prazo original; ainda assim, dificilmente as usinas não operacionais vão estar em condições para gerar energia. Lembrando que tudo isso está sendo devida – e salgadamente – pago pelos consumidores de energia elétrica no Brasil, com custos que chegam a R$ 39 bilhões até 2025, quando os contratos se encerram. g1 e Metrópoles deram a notícia.

O Globo destacou a movimentação no Senado Federal para a aprovação do projeto da linha de transmissão entre a usina de Tucuruí e Macapá, no Amapá. O projeto é visto como prioritário pelo governo, já que permitirá a conexão do estado a Roraima. No entanto, a obra atravessará a Terra Indígena Waimiri-Atroari e representantes locais assinalam que os responsáveis pela obra ainda não fizeram as consultas devidas para validar o licenciamento ambiental do empreendimento.

No ano passado, o governo conseguiu dobrar as últimas resistências na FUNAI e no IBAMA para a construção começar, mas a obra ainda enfrenta problemas na Justiça. Para surpresa de ninguém, o principal defensor do projeto no Senado é o senador Chico Rodrigues, famoso por suas conexões com o garimpo em Roraima e pelas roupas íntimas caríssimas.

 

ClimaInfo, 4 de maio de 2022.

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Errata publicada na Newsletter ClimaInfo de 5/05/2022: Na edição de ontem (4/5) desta newsletter, dissemos erroneamente que o Linhão de Tucuruí conectaria o Amapá ao Sistema Integrado Nacional (SNI). Na verdade, a obra conectará o estado de Roraima. Pedimos desculpas. Texto original corrigido ainda em 4/05.