ClimaInfo, 13 de novembro de 2017

ClimaInfo mudanças climáticas
COP23

 

NEGOCIADOR BRASILEIRO SE DIZ PREOCUPADO EM NÃO REPETIR COPENHAGEN

O chefe da delegação brasileira, o embaixador José Antonio Marcondes, deu uma entrevista coletiva na COP23 na qual manifestou preocupação com o ressurgimento das tensões e divisões que levaram a COP de Copenhagen ao fracasso em 2009. Marcondes disse que foram gastos seis anos para superá-las, o que só foi possível em Paris, em 2015.

Em 2009, como agora, a divisão entre países ricos e pobres se aprofundou. O problema, como era de se esperar, é o dinheiro. E para o Brasil, o Protocolo de Quioto que, como combinado anteriormente, teria seu prazo dilatado, o que permitiria ao país continuar vendendo eventuais créditos de carbono. Quioto refletia um abismo entre os países ricos e o resto do mundo criado pela Convenção Clima, que diz que os países têm “responsabilidades comuns, porém diferenciadas” frente ao problema climático, ao estabelecer metas compulsórias para os ricos.

No momento, os ricos estão manobrando para separar o resto do mundo entre países pobres e de renda média. Na tese deles, o Fundo Verde do Clima (GCF na sigla em inglês) deveria financiar apenas os pobres. Os de renda média argumentam que, por serem maiores emissores, neles os recursos do GCF teriam maior impacto na redução de emissões.

Na entrevista, Marcondes quase perdeu a compostura ao ser questionado sobre o desmatamento da Amazônia e sobre os incentivos à exploração no pré-sal.

http://www.observatoriodoclima.eco.br/nao-podemos-repetir-copenhague-diz-brasileiro/ http://www.climatechangenews.com/2017/11/10/dispute-pre-2020-climate-action-risks-repeat-copenhagen/

 

NEGOCIADORES AFRICANOS ACUSAM PAÍSES RICOS DE NÃO LEVAREM O FINANCIAMENTO CLIMÁTICO A SÉRIO

Antes mesmo de Paris, mas reforçado na ocasião, os países ricos assumiram o compromisso de ‘pingar’ US$ 100 bilhões por ano para ajudar os pobres a fazerem a transição para a economia de baixa emissão, mitigarem e se adaptarem às mudanças do clima. Mas um grupo de países africanos está fazendo barulho na COP dizendo que os ricos não estão fazendo suas contribuições ao Fundo Verde do Clima (GCF em inglês). Seyni Nafo, que lidera os negociadores do grupo africano disse que “enquanto região, fizemos tudo o que podíamos, pusemos tudo na mesa. Estamos demonstrando liderança e seriedade. Sentimos que aqui (entre os países desenvolvidos), não há o mesmo nível de comprometimento”.

http://www.climatechangenews.com/2017/11/09/rich-countries-not-talking-climate-change-seriously-say-african-officials/

 

QUEM VAI PAGAR POR DESASTRES CLIMÁTICOS CADA VEZ MAIS CAROS?

Com os desastres climáticos ficando mais frequentes e mais fortes, os custos também vão subindo e aumentando a dúvida sobre quem vai pagar a conta. Só nos EUA, devido aos furacões deste ano, a conta passa de dezenas de bilhões de dólares. As negociações sobre perdas e danos vêm se arrastando desde sempre e, embora sejam um dos temas centrais dessa COP, nelas não parece estar havendo avanços. Nos corredores fala-se da criação de um seguro que pudesse dar respostas rápidas a desastres até  outros mecanismos se encarregarem das tarefas de reconstrução, ao invés de um fundo para desastres. No entanto, a ideia de um seguro tem sérios obstáculos. Além dos países pobres não terem recursos para o pagamento dos prêmios, necessitando de subsídios para isto, seria complicado para um seguro cobrir desastres duradouros como secas plurianuais.

Especialistas entendem que a legislação climática está avançando e que processos judiciais vão acabar forçando os países a tratarem o tema com seriedade.

https://www.reuters.com/article/us-bonn-climatetalks-damage/climate-hit-nations-ask-who-will-pay-the-rising-costs-of-disasters-idUSKBN1D82HL

 

PAPA FRANCISCO: MUDANÇA DO CLIMA É RESULTADO DA MIOPIA HUMANA

O Papa Francisco recebeu uma delegação das pequenas ilhas ameaçadas pela elevação do nível do mar, pela a poluição do mar por plásticos e pela sobrepesca. Falando sobre as múltiplas causas dessas ameaças, Francisco foi direto ao ponto: “infelizmente muitas são devidas à miopia da atividade humana ligada a certos modos de exploração dos recursos naturais e humanos, um impacto que, em última instância, atinge o próprio oceano”.

http://www.independent.co.uk/news/world/europe/pope-francis-short-sighted-humans-global-warming-bonn-germany-pacific-islands-a8050506.html

 

PRÊMIO FÓSSIL DA 6a FEIRA FOI A ICAO

O prêmio fóssil da 6a feira foi dado pela CAN (Climate Action Network) à ICAO (Organização da Aviação Civil Internacional), por esta estar a discutir como mitigar os impactos do clima da sua atividade em encontro fechado longe do escrutínio do público. No encontro, os associados estão tentando chegar a um acordo sobre um conjunto de regras de mitigação de suas emissões que, ao que transparece, fica muito longe de qualquer contribuição significativa capaz de ajudar a controlar a mudança do clima. Eles prometem aumentar a participação de biocombustíveis e comprar créditos de carbono que compensem o restante de suas emissões. No entanto, parece não existir preocupação com uma possível dupla contagem das reduções de emissão. Se os países contabilizarem todas as reduções conseguidas, como a aviação evitará dupla contagem dos créditos comprados? Esta é uma das preocupações mais sérias para quem sonha com um mercado ou um imposto sobre emissões.

A aviação, segundo o IPCC, contribui com algo entre 3,5% e 5,5% das emissões globais anuais.

http://www.climatenetwork.org/node/6405

 

RESUMO DAS DECLARAÇÕES FEITAS NA PRIMEIRA SEMANA DA COP23

 

E para além da COP23

 

BRASIL EMITE MAIS PARA GERAR MENOS RIQUEZA

O PIB brasileiro e o consumo de energia caíram nestes últimos três anos, mas o último caiu menos, o que aumentou a intensidade energética (PIB/Consumo energético) da economia brasileira. Dados da IEA (Agência Internacional de Energia) mostram que a intensidade energética global caiu 1,8% em 2016. No Brasil subiu cerca de 2% no ano passado. O indicador caiu 5,2% na China, 2,9% nos EUA e 1,3% na União Europeia. Nos cálculos da IEA, estas quedas geraram bônus de produtividade de US$ 1,1 trilhão para a China, US$ 532 bilhões para os EUA e US$ 260 bilhões para a UE.

Gilberto Jannuzzi, da Unicamp, diz que a maior parte dos países que está conseguindo reduzir sua intensidade energética inclui aqueles que vêm adotando medidas mais rígidas para o cumprimento das metas de redução de emissões de carbono. Para o pesquisador, as causas da má performance brasileira incluem o emprego de tecnologias obsoletas, a falta de uma política de eficiência energética que induza uma frequente renovação de equipamentos ineficientes e os escassos investimentos em modernização de rodovias e mobilidade urbana, que levam os veículos a consumirem mais combustível.

https://oglobo.globo.com/economia/brasil-gasta-cada-vez-mais-energia-para-crescimento-da-economia-22060006

 

NÃO DEIXA TUA MÃO ESQUERDA SABER O QUE FAZ A DIREITA

André Trigueiro, na sua coluna na Folha de São Paulo, reforça o que muitos têm chamado a atenção: com uma mão o governo vai à COP23 e jura que faz de tudo para combater o aquecimento global e, atentando para não deixar a mão esquerda saber o que faz a direita (Mateus, 6:3), com a outra oferece um trilhão em benesses para petroleiras explorarem o pré-sal. Estima-se que o pré-sal contenha mais de 60 bilhões de barris de petróleo e que, se tudo vier a ser queimado, emitirá 24 GtCO2e para a atmosfera, o que equivale a 20 anos de um desmatamento da Amazônia similar ao do ano passado.

Entendemos o tamanho do dilema decisório entre explorar ou não o pré-sal, mas nos parece que, diferentemente do dito por Mateus, neste caso, é essencial que a mão esquerda saiba dos atos da mão direita, ou, de outra forma, é necessária coerência entre o que se diz nos fóruns internacionais e o que se faz em casa.

Em tempo: os autores destas notas ainda não conseguiram resposta a uma pergunta que vem lhes atormentando: afinal, se a Petrobras consegue operar no pré-sal com lucro, por que dar um subsídio de até R$ 1 trilhão para que ela e suas colegas internacionais de setor sigam explorando a reserva?

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/andre-trigueiro/2017/11/1934602-a-maldicao-do-petroleo-assombra-o-destino-do-brasil.shtml

https://www.epa.gov/energy/greenhouse-gases-equivalencies-calculator-calculations-and-references

 

PEQUENOS E MÉDIOS PRODUTORES AMAZÔNICOS QUE APOSTAM NA PECUÁRIA NÃO GERAM RIQUEZA

Um belo artigo de Rachel Garret, da Universidade de Boston e pesquisadora da Rede Amazônia Sustentável (RAS), mostra que os pequenos produtores “da zona rural amazônica não saem do estado de pobreza por apostarem insistentemente em atividades rudimentares marcadas por baixos rendimentos”, como a pecuária.

Uma equipe internacional, formada por cientistas da Embrapa, da Universidade Federal do ABC, da RAS e de outras instituições, pesquisou mais de 600 domicílios para entender o porquê destas práticas e não de outras. Garret diz que “foi chocante descobrir que, nas propriedades onde essa atividade (pecuária) é predominante, a renda anual não ultrapassa os R$ 416 por hectare. A soja (…) proporciona uma receita de modestos R$ 1,6 mil anuais por hectare (…, enquanto) os agricultores envolvidos na produção de frutas e horticultura atingem ganhos de mais de R$ 5,5 mil por hectare – 12 vezes mais do que os pecuaristas”. Isso junto com a constatação esperada que “75% das famílias na área do estudo ganhavam menos do que US$ 10 mil por ano”.

http://www.valor.com.br/opiniao/5188743/politica-agricola-na-amazonia

 

PANTANAL ACUMULA 18% DE DESMATAMENTO E CERRADO É MAIS AMEAÇADO QUE A AMAZÔNIA

Ontem foi o Dia do Pantanal, data que anteriormente era comemorada amanhã, mas que o CONAMA antecipou para o dia 12/11. Uma celebração triste face ao desmatamento acumulado de 18% até 2017, “terrível porque estamos reduzindo a quantidade das populações animais e vegetais podendo haver um sério risco de extinção de espécies, com a perda da biodiversidade e ainda afetando processos que garantem a disponibilidade de água para as populações”, afirma Júlio César Sampaio coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil.

Marcelo Leite, na sua coluna na Folha de São Paulo de ontem, fala sobre o Cerrado, bioma mais ameaçado que a Amazônia: “De 2000 a 2015, o cerrado perdeu 236.000 km2 de cobertura vegetal” uma área quase do tamanho do Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales, Irlanda do Norte e pequenas ilhas). Pelas pressões contra o desmatamento, o agronegócio se move em direção ao Cerrado, com suas terras mais ácidas e vegetação própria e que, como disse o agrônomo Luciano Marçal da Silveira, “é uma floresta de cabeça para baixo: as raízes são muito maiores que a copa das árvores. Podem chegar a dez metros de profundidade. Ou seja, dois terços da vegetação estão debaixo da terra. Esse sistema confere ao bioma, pelo tipo de solo, um comportamento hidrológico de absorção de água, determinante para reabastecer aquíferos que são a garantia das nascentes dos rios da região”.

Em termos de diversidade, o mapa do Cerrado tem 4.800 espécies de plantas e animais que só existem ali. O Pantanal “abriga pelo menos 4.700 espécies conhecidas, entre animais e plantas” em seus mais de 150 mil km2.

http://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/desmatamento-do-pantanal-ja-consumiu-18-do-bioma/

http://ipam.org.br/wp-content/uploads/2017/11/PB-Cerrado-COP23-web.pdf

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marceloleite/2017/11/1934392-cerrado-sofre-mais-que-floresta-amazonica-com-desmatamento.shtml

http://www4.planalto.gov.br/consea/comunicacao/noticias/2017/agosto/modelo-atual-de-agricultura-rompe-ciclos-da-agua-e-agrava-crise-hidrica-diz-luciano-marcal

 

85% DAS EMISSÕES MUNDIAIS NÃO ESTÃO SUJEITAS A NENHUM MECANISMO DE PRECIFICAÇÃO

O Banco Mundial estima que, entre mercados de emissão, impostos e taxas, o carbono movimentou cerca de US$ 52 bilhões em todo o mundo em 2016, um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Oito países e governos subnacionais criaram algum mecanismo de precificação, 75% dos quais no continente americano (Chile, Colômbia e várias províncias canadenses).

No entanto, o relatório destaca que 85% das emissões mundiais não está sujeito a nenhum desses mecanismos e que o preço médio mundial, que já era bem baixo, conseguiu cair ainda mais e está longe das faixas preconizadas pela Comissão de Alto Nível coordenada por Sir Nicholas Stern e Joseph Stiglitz. Stern preconizou algo entre 4 e 80 US$/tCO2e para 2020 e entre 50 e 100 US$/tCO2e em 2030. A razão é basicamente a mesma de sempre. Como os governos não querem bagunçar suas economias, criam mecanismos que afetam o mínimo possível os índices de inflação. Resumindo, um preço bem baixo para as emissões.

Ainda na semana passada, o pessoal do carbono da União Europeia reuniu-se para avaliar a possibilidade de aumentar um pouco a ambição, forçando o preço do carbono para cima. Não deu. As declarações feitas por alguns dos participantes não podiam ser mais divergentes: uma parlamentar europeia mais da esquerda disse pelo Twitter que “ninguém pode sair completamente satisfeito com o resultado” enquanto outra, da centro-direita, achou que o resultado “é uma boa nova para a conferência do clima em Bonn”.

É sempre bom lembrar que o mercado de carbono europeu, o EU-ETS, foi, durante quase dez anos, o símbolo de um caminho de sucesso. Até que foi revelado que ninguém tinha pensado em criar provisões para um mercado com a sobreoferta de emissões gerada pela recessão do final da década passada. Até hoje, o preço do carbono no mercado europeu é insuficiente para fazer qualquer consumidor mudar seus hábitos e partir para um consumo de baixa emissão.

E o resto do mundo que se atreveu a partir para precificar as emissões, mal coloca o dedinho do pé dentro da água com medo de se queimar.

https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/28510

https://www.i4ce.org/go_project/using-revenues-of-carbon-pricing-policies/

https://euobserver.com/tickers/139816

http://www.climatenetwork.org/blog/eu-ets-reform-and-what-does-mean-carbon-markets

 

PETRÓLEO TEM ALTA RECORDE IMPULSIONADA PELO TEMOR DE GUERRA ENTRE IRÃ E ARÁBIA SAUDITA

O recém-ungido príncipe herdeiro do trono saudita, Mohammad bin Salman, conseguiu afastar toda uma legião de possíveis opositores no começo do mês, prendendo-os num dos mais luxuosos hotéis da capital, Riad.

Nesta semana, o anúncio surpreendente de renúncia do primeiro ministro sunita do Líbano, Saad Hariri, MbS, como o príncipe é chamado, desafiou o governo libanês, o Hezbollah e, indiretamente, o Irã. O panorama ainda é confuso e, aparentemente, ninguém sabe ao certo onde MbS quer chegar.

Numa reação que tem tudo a ver com este clima tenso, o preço do barril do petróleo, que passou os últimos cinco anos abaixo de US$ 50, ultrapassou a marca de US$ 60. Caso este preço perdurar, as reservas do pré-sal ficam 20% mais atraentes. Se a Arábia Saudita e  o Irã forem às vias de fato, o preço pode subir ainda mais e ser controlado pelos fraqueadores do Texas e da província de folhelho do leste norte-americano.

http://www.independent.co.uk/voices/saad-hariri-saudi-arabia-middle-east-lebanon-mohamed-bin-salman-a8048141.html

http://www.independent.co.uk/voices/saudi-arabia-prince-mohammed-bin-salman-anti-corruption-drive-doomed-to-fail-a8047731.html

http://www.independent.co.uk/news/world/middle-east/saudi-arabia-asset-freeze-billionaires-transfer-funds-overseas-a8047641.html

https://oilprice.com/

 

FAO DIZ QUE AGRICULTURA PODE MODERAR RAPIDAMENTE O AQUECIMENTO GLOBAL

Há um duplo desafio sobre o uso da terra. O primeiro é reduzir as emissões do desmatamento que, junto com as demais emissões da agropecuária, responde por 21% das emissões globais. O outro é alimentar condignamente os bilhões de seres humanos.

O pessoal da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), acha que dá para enfrentar os dois ao mesmo tempo.

Um primeiro passo seria intensificar a pecuária praticada aqui e na Argentina, colocando quatro cabeças de gado por hectare ao invés de uma só. Sistemas simples aumentam comprovadamente a produtividade e liberam um monte de terra para lavouras. Os sistemas têm custo, demandam treinamento, mas, segundo a FAO, são factíveis.

Um segundo passo seria buscar maneiras de reduzir a pegada de carbono das muitas lavouras com menor uso de fertilizantes nitrogenados e mais cuidados com as trocas de carbono no solo.

O Ministro de Alimento e Agricultura da Alemanha, Christian Schmidt, disse que “o potencial (que a agropecuária) tem de oferecer soluções para a mudança do clima é enorme”.

http://www.reuters.com/article/us-climatechange-agriculture/agriculture-can-curb-planet-warming-emissions-immediately-u-n-idUSKBN1DA1UI

https://www.newscientist.com/article/2152648-planting-trees-could-mop-up-ten-years-worth-of-greenhouse-gases/

 

SETE TENDÊNCIAS QUE PODEM SEGURAR O AQUECIMENTO GLOBAL

Damian Carrington escreve no The Guardian um artigo otimista elencando sete tendências que contribuem para limitar o aquecimento global e que, segundo ele, podem reverter a curva de aumento da temperatura. As seis primeiras são bem conhecidas, a última bastante controversa:

  1. Energia renovável, principalmente fotovoltaica, e principalmente distribuída pelos telhados;
  2. O fim do carvão: o mais emissor dos fósseis pode estar com seus dias no mercado contados;
  3. Veículos elétricos em todo o lugar, principalmente a partir do final do carvão e da entrada massiva das fontes renováveis;
  4. Baterias de alta capacidade e baixo preço, para armazenar vento e sol e, também, para dar mobilidade e segurança não só para as grandes usinas como para os telhados das cidades;
  5. Equipamentos bem mais eficientes que produzem o mesmo trabalho com bem menos energia;
  6. Reflorestamento, para que as árvores, muitas árvores, absorvam parte do carbono da atmosfera; e
  7. Carne sintética: muita gente, como Bill Gates e as megacorporações Nestlé e Danone, está de olho no desenvolvimento de processos que buscam produzir proteína animal sem precisar do animal, montando as macromoléculas a partir de metano e de proteínas vegetais. A funcionar, e a depender dos impactos colaterais, pode-se sonhar com um hambúrguer que não arrotou metano.

https://www.theguardian.com/environment/2017/nov/08/seven-megatrends-that-could-beat-global-warming-climate-change

 

AS 27 MANEIRAS PELAS QUAIS UMA ONDA DE CALOR PODE MATAR

A onda de calor do verão europeu de 2003 matou mais de 70 mil pessoas, principalmente idosos da classe média. E, em 2010, a onda que passou pela Rússia deixou mais de 10 mil mortos. Um trabalho recém-publicado na revista científica Circulation: Cardiovascular Quality and Outcomes aponta 27 maneiras pelas quais as coisas podem dar errado durante uma onda de calor aumentando a mortalidade. Dois eixos principais em torno dos quais esses mecanismos se concentram são: o hipotálamo manda mais sangue para a superfície da pele para reduzir a temperatura do corpo, levando a um fluxo de sangue insuficiente para outros órgãos (isquemia). E quando a temperatura passa de certo limiar, o calor começa a danificar células pelo corpo todo (citotoxicidade). Com a combinação da isquemia com a citotoxicidade, o corpo dispara uma reação inflamatória coagulante que vai limitar ainda mais o fluxo de sangue para órgãos como  cérebro, fígado, rins e pulmões, levando a uma morte lenta e dolorosa.

http://circoutcomes.ahajournals.org/content/10/11/e004233

https://www.eurekalert.org/pub_releases/2017-11/uoha-byf110717.php