ClimaInfo, 20 de julho 2018

ClimaInfo mudanças climáticas

IMAZON IDENTIFICA DESMATAMENTO DE ÁREAS PROTEGIDAS

O Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) encontrou mais de 2.500 áreas desmatadas dentro ou nas imediações de áreas protegidas no ano passado. Os responsáveis são os de sempre: extração ilegal de madeira, queimadas, estradas e atividades de mineração no entorno das áreas. O Imazon acaba de publicar uma série de estudos com “o estado da arte das ameaças e pressões em APs”. O objetivo é gerar informações para que os gestores das áreas e a sociedade possam buscar como desmontar os mecanismos de destruição. Os três primeiro trabalhos abordam dados gerais de desmatamento, das estradas não oficiais e dos CAR (Cadastro Ambiental Rural). A matéria d’O Eco traz um resumo das principais revelações destes trabalhos.

http://imazon.org.br/publicacoes/o-estado-das-areas-protegidas-desmatamento/

http://imazon.org.br/publicacoes/o-estado-de-areas-protegidas-estradas/

http://imazon.org.br/publicacoes/o-estado-de-areas-protegidas-car/

https://www.oeco.org.br/noticias/as-fissuras-da-barreira-de-areas-protegidas/

 

ACABA DE PASSAR O DIA DE PROTEÇÃO ÀS FLORESTAS, ALGUÉM NOTOU?

O dia 17 de julho é o Dia de Proteção às Florestas e o país tem muito pouco do que se orgulhar neste quesito. Recentemente, agentes do governo comemoraram a redução da taxa de desmatamento trocando tapinhas nas costas por terem perdido “só” 6.624 km2 de floresta nativa. A matéria d’O Globo destaca um dado recente do Imazon, segundo o qual o desmatamento em maio foi de 634  km2, quase a área de Salvador.

Estamos atravessando momentos de desproteção florestal.

https://g1.globo.com/pa/para/noticia/no-dia-de-protecao-a-florestas-para-coleciona-altos-indices-de-desmatamento.ghtml

 

DONA DE BELO MONTE MULTADA POR NÃO CUIDAR DO ESGOTO

O esgoto de Belo Monte não está sendo tratado como manda o figurino, o nível de contaminação do Rio Xingu está entre 8 e 16 vezes acima do permitido e a Norte Energia tomou uma multa de R$ 1 milhão do Ibama e da Secretaria de Meio Ambiente de Altamira. A Solutec, empresa contratada pela Norte para operar a Estação de Tratamento de Efluentes, também recebeu uma multa de R$ 1 milhão. É a terceira vez que a Norte Energia é multada por conta dos efluentes.

Continua valendo a pergunta: quanto custa fazer direito? Lembrando que a União é a maior acionista por meio da Eletrobras e suas subsidiárias e, portanto, deveria zelar pelo bem do público.

https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2018/07/18/norte-energia-e-multada-em-r-1-milhao-por-poluicao-do-rio-xingu.ghtml

 

BMW E EDP INSTALARÃO ESTAÇÕES DE RECARGA DE VEÍCULOS ELÉTRICOS ENTRE RIO E SÃO PAULO

No começo da semana, a fabricante de carros de luxo BMW e a filial brasileira da Eletricidade de Portugal anunciaram uma parceria com a rede de postos Ipiranga para instalar seis pontos de recarga na Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. A ação investirá R$ 1 milhão e formará o maior corredor elétrico da América Latina.
https://economia.estadao.com.br/noticias/negocios,bmw-e-edp-criam-o-maior-corredor-eletrico-da-america-latina,70002407020

 

GOOGLE COMPARTILHARÁ DADOS DE SATÉLITES COM ONU

A ONU anunciou uma parceria com a Google. A empresa compartilhará mapas e dados de seus satélites ambientais com agências espaciais nacionais e multinacionais. A primeira leva de dados focará os sistemas de água doce (rios e lagos), assim como florestas, montanhas e áreas pantanosas. Esta é uma boa notícia para contrapor a destruição que o pessoal do Trump está tentando causar nos sistemas de coleta de dados americano.

Por outro lado, a Google acaba de receber uma multa bilionária da União Europeia por práticas comerciais lesivas ao público. Dizem que a empresa, talvez, tenha que começar a cobrar pelo Android que habita em tantos celulares.

https://theoutline.com/post/5453/google-will-help-the-un-with-climate-change-research-since-the-us-government-wont

https://link.estadao.com.br/noticias/empresas,ue-aplica-multa-de-4-34-bilhoes-contra-google-em-caso-android,70002406022

 

EMPRESAS FÓSSEIS DOS EUA GASTAM 10 VEZES MAIS EM LOBBY CLIMÁTICO DO QUE EMPRESAS RENOVÁVEIS

Uma pesquisa recente confirmou: a maioria dos norte-americanos sabe que o aquecimento global é real e que é causado pela queima de combustíveis fósseis. No entanto, o Congresso daquele país vem resistindo sistematicamente a regulações climáticas desde o governo de Bush filho. Uma das razões, segundo o Huffington Post, é que a indústria fóssil, a de aviação e as geradoras de eletricidade gastam dez vezes mais em atividades de lobby junto ao Congresso do que a indústria das renováveis e os grupos ambientalistas. Este multiplicador deve ainda estar subestimado por derivar das declarações mandatórias de despesas com lobby. Como as empresas têm mil maneiras de ajudar a formar a opinião dos congressistas, recursos na casa dos bilhões de dólares acabam falando mais alto do que a opinião pública.

https://pt.scribd.com/document/384159560/The-climate-lobby-a-sectoral-analysis-of-lobbying-spending-on-climate-change-in-the-USA-2000-to-2016

https://www.huffingtonpost.co.uk/entry/fossil-fuel-industries-climate-lobbying_us_5b4f8fdee4b0de86f4894831

 

REINO UNIDO OBRIGARÁ EMPRESAS A REPORTAR EMISSÕES E ENERGIA

O governo britânico obrigará empresas grandes a incluir em seus relatórios anuais o consumo de energia, as emissões e as medidas adotadas para o aumento da eficiência energética. Os relatórios, até agora focados em finanças e em empregos, passam a fazer parte da estratégia do governo para chegar a 2030 com um aumento de 20% na eficiência. Uma outra maneira de divulgação destes dados já havia sido tentada, mas era tão complicada e difícil de preencher que acabou naufragando. O novo sistema foi desenhado para facilitar e agilizar ao máximo a entrada dos dados.

Uma boa ideia para o nosso próximo governo, fica a dica.

https://www.reuters.com/article/us-britain-carbon-reporting/uk-government-to-force-large-companies-to-report-co2-emissions-from-april-2019-idUSKBN1K81MR

 

PARQUE DE RENOVÁVEIS NA AUSTRÁLIA REÚNE VENTO, SOL E BATERIAS

O parque de energia Kennedy está sendo construído para provar o conceito. Ele começará com 15 MW fotovoltaicos, 43,2 MW eólicos e um banco de baterias com capacidade de 2 MW. O plano de expansão prevê atingir 1.200 MW e fazer diferença na demanda da província de Queensland, na Austrália. O parque chegaria a suprir eletricidade para 800 mil residências. A localização foi escolhida por apresentar a melhor complementaridade entre sol e vento. Normalmente, o vento diminui quando o sol nasce e volta a aumentar no final da tarde. Além disso, é boa a insolação do local.

https://kennedyenergypark.com.au/project-details/

 

CEDROS DO LÍBANO AMEAÇADOS PELA MUDANÇA DO CLIMA

A bandeira do Líbano, que tem representado um cedro no seu centro, pode ter que mudar. O clima está mais quente, o inverno menor e os extremos de temperatura, tanto de frio quanto de calor, estão mais frequentes, tudo o que os cedros não gostam. Para piorar a situação, insetos estão aparecendo e destruindo brotos que começam a germinar em abril, enquanto o antigo normal era a brotação ocorrer no final de maio, quando estes insetos já tinham ido embora. Mesmo antes do clima começar a mudar, as antigas florestas de cedros tinham sido dilapidadas pelo valor da madeira. O governo acabou intervindo e criando reservas protegidas, agora ameaçadas pelo novo clima.

Um dos autores destas notas foi ao Líbano e andou por estas reservas. Os cedros são realmente de Deus, como dizem por lá.

https://www.nytimes.com/interactive/2018/07/18/climate/lebanon-climate-change-environment-cedars.html

 

CENTENAS DE GELEIRAS ÁRTICAS ESTÃO ENCOLHENDO E DESAPARECENDO

Pesquisadores trabalhando no Ártico canadense contam que acompanharam o encolhimento significativo de 1.353 geleiras entre 2000 e 2016, de um total de 1,773 geleiras mapeadas. Adrienne White, uma das pesquisadoras, conta que “um ano você está passeando de snowmobile nas cristas dos bancos de gelo, aí você volta no ano seguinte e é como uma cidade de icebergs”. White diz que nenhuma das geleiras cresceu, todas encolheram. A razão, segundo ela, é que a neve precisa sobreviver ao verão para virar gelo no inverno. E quase não há mais neve no verão. Lá, até meados dos anos 90, a temperatura média subiu em torno de 0,12oC por década. Entre 1995 e 2016, subiu 0,78oC a cada 10 anos.

https://www.cbc.ca/news/canada/north/canada-icebergs-shrinking-study-1.4749889

 

BEM-VINDOS À ERA MEGHALAYAN, UMA NOVA FASE DA HISTÓRIA GEOLÓGICA DO PLANETA TERRA

A International Commission on Stratigraphy carimbou e a International Union of Geological Sciences (IUGS) ratificou: os últimos 4.200 anos agora oficialmente compõem uma nova era geológica do nosso planeta. A noviça foi batizada de Era Meghalayan e teve seu início marcado por uma seca destrutiva ocorrida há 4.200 anos, que teve efeitos que perduraram por dois séculos e que perturbaram gravemente antigas civilizações no Egito, Grécia, Síria, Palestina, Mesopotâmia, Vale do Indo e Vale do Rio Yang-tsé. O fenômeno foi, provavelmente, desencadeado por mudanças na circulação oceânica e atmosférica.

Com a decisão, a Tabela Cronoestratigráfica Internacional será atualizada e o Holoceno (os últimos 11.700 anos) dividido em três fases distintas: a mais antiga, a partir do fim da última era glacial, será chamada de Groenlandês (Greenlandian); a fase intermediária será chamada de Northgrippian e irá de 8.300 anos atrás até o início da Era Meghalayan. Esta é única entre os muitos intervalos da escala temporal geológica, por ter seu início coincidente com um evento cultural global produzido por um evento climático também global, nas palavras de Stanley Finney, professor de ciências geológicas da Universidade Estadual de Long Beach e secretário-geral da International União de Ciências Geológicas (IUGS).
A decisão gerou um certo desconforto na comunidade científica. Alguns pesquisadores acham que não houve discussão suficiente nestes seis anos depois da publicação do artigo científico que mostrou uma perturbação nos isótopo de oxigênio presentes nas camadas de uma estalagmite de uma caverna do estado de Meghalaya, no nordeste da Índia. A perturbação isotópica reflete uma redução de 20 a 30% nas chuvas das monções, conforme explica o professor Mike Walker, da Universidade de Gales, no Reino Unido. Alguns cientistas também estão desconfortáveis com estas divisões terem sido oficializadas enquanto segue ativo o debate sobre a instituição de uma era geológica que reflita especificamente a influência dos seres humanos no planeta, o Antropoceno. O professor Mark Maslin, do University College London e uma figura chave na discussão do Antropoceno, diz que estas novas definições talvez contradigam o Grupo de Trabalho do Antropoceno e vão contra o que a maioria dos cientistas considera a mudança mais importante na Terra nos últimos 10 mil anos. Mas Walker disse não ver “absolutamente nenhum conflito entre as novas subdivisões e uma futura designação do Antropoceno… as subdivisões do Holoceno são baseadas inteiramente em evidências físicas (climáticas e ambientais), enquanto qualquer designação do Antropoceno como uma nova unidade dentro da escala geológica seria inteiramente baseada em evidências de impacto humano.”
https://www.bbc.co.uk/news/science-environment-44868527

 

Para ver em agosto

SER TÃO VELHO CERRADO

Documentário premiado de André D’Elia entra nos cinemas em 9 de agosto mostrando as grandes áreas do Cerrado que estão virando pastagens e plantações de soja, destruindo um dos biomas mais antigos do mundo.

Trailer e mais informações nos links abaixo:

https://youtu.be/RQR5gfgzytk

http://www.adorocinema.com/filmes/filme-266152/

 

Para apresentar projetos

EMPREENDEDORES E NEGÓCIOS DE IMPACTO NA AMAZÔNIA

A Plataforma de Parceiros pela Amazônia (PPA) abriu uma Chamada de Negócios. Serão selecionadas 14 startups para participar do I Fórum de Investimentos de Impacto e Negócios Sustentáveis da Amazônia, em novembro de 2018. Os projetos devem ser voltados à resolução de problemas sociais e à conservação do meio ambiente na região. As iniciativas de maior destaque terão a oportunidade de receber aportes de até R$ 600 mil em uma Rodada de Investimentos ao estilo “shark tank”.

Inscrições até 25/julho e maiores informações no link abaixo.

http://idesam.org/ppa/

 

Para participar

III SEMINÁRIO ANUAL MAPBIOMAS: TRÊS DÉCADAS DE TRANSFORMAÇÕES DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Lançamento da Coleção 3 de Mapas Anuais de Cobertura e Uso do Solo do Brasil, cobrindo o período que vai de 1985 a 2017.

Dia 17/agosto, das 8h30 às 17h30, em Brasília, em local ainda a ser definido.

Inscrições no link:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScYKGOjt1ttHGJ90hbcHMwAB3hZKRazZJfz5yTCUgqxfwaspg/viewform

 

Para participar

4ª CONFERÊNCIA SOBRE POLÍTICA CLIMÁTICA GLOBAL (GCPC)

MOBILIZANDO PESQUISAS PARA AMBIÇÃO CLIMÁTICA E TRANSPARÊNCIA

O objetivo da GCPC 2018 é identificar e explorar os desafios e oportunidades enfrentados pelos países à medida em que implantam as NDCs prometidas ao Acordo de Paris e realizam uma transição em direção a um desenvolvimento de baixo carbono.
O escopo da conferência abrange questões-chave relacionadas à mitigação e à adaptação climática em todo o mundo, com ênfase especial a tópicos relevantes para os países da América Latina.
Na Fundação Getúlio Vargas, Av. 9 de Julho, 2029, São Paulo.

Dias 16 e 17/agosto.
Inscrições, programa e mais informações no link abaixo.
https://climatestrategies.org/gcpc-2018/

 

Para participar

DESAFIOS DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA BRASILEIRA

OFICINA DO CPI – CLIMATE POLICY INITIATIVE

O CPI/NAPC convida para uma oficina que reunirá especialistas em Energia para discutir oportunidades e desafios da eficiência energética na indústria brasileira.
Dia 29/agosto, das 10h às 12h30.
Hotel Prodigy, Aeroporto Santos Dumont, RJ

Contato: Florence Massé – [email protected]

Inscrições em:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeHY5TPg19ewRqYt_r049QM7_lFDonFvqcNnoIFNmi1rYsBHg/viewform

 

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