Mesmo diante da tragédia, governo insiste em flexibilizar o licenciamento ambiental

CORRECAO DE LEGENDA WJBRUMADINHO11 - BH - 31/01/2019 - BARRAGEM / VALE / BRUMADINHO - METROPOLE OE - Agentes do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil etrabalham nas buscas pelas vitimas da tragedia em Brumadinho na Regiao Metropolitana de Belo Horizonte, na Mina Feijao, onde uma barragem da mineradora Vale se rompeu na sexta-feira (25). Foto: WILTON JUNIOR/ESTADAO

O discurso oficial continua sendo o de flexibilizar o licenciamento ambiental, mesmo diante da tragédia de Brumadinho. Diz que é preciso concentrar os recursos escassos onde mais importa. Seria louvável se os bilhões de reais em multas ambientais fossem pagas. Estivessem esses bilhões no orçamento dos órgãos fiscalizadores, talvez, as tragédias da Vale e da Samarco não teriam ocorrido. Nenhuma autoridade, mesmo diante do tamanho da tragédia, apontou o dedo para a Vale e para as mineradoras prometendo uma fiscalização mais rigorosa. José Cássio, no Diário do Centro do Mundo, escreve um bom artigo mostrando porque acha que o ministro Ricardo Salles é um “morto vivo de um governo sem pé nem cabeça”.

Em tempo 1: a Petrobras é a empresa que mais deve multas ambientais, mas, diante de ameaças de privatização, grita que é propriedade do povo brasileiro. Ela, assim como a Vale, a Samarco, a BHP e o presidente Bolsonaro usam de todos os recursos jurídicos que têm direito para não pagar e não ressarcir minimamente o povo brasileiro dos desastres e infrações que cometem. Dizem, todas e todos, que estão sendo injustiçados.

Em tempo 2: A The Economist publicou dois artigos comentando a tragédia de Brumadinho, a comparando com a explosão da plataforma de petróleo da BP no Caribe, e dizendo que o Estado deve uma prestação de contas à sua população e ao mundo.

 

Boletim ClimaInfo, 4 de fevereiro de 2019.