Em Nairobi, Salles anuncia como novidade acordo feito pelo MMA com os EUA no ano passado

O ministro Salles aproveitou o palco de Nairobi para fazer um anúncio um tanto confuso. À Dani Chiaretti, do Valor, ele disse que “queremos financiar atividades privadas. Não é governo nem ONGs. O foco é o pessoal do setor privado, pequenos empreendedores. Estamos pensando em trabalhar com entidades representativas de diferentes setores – o pessoal da castanha, da borracha, da madeira, do manejo florestal. Pensamos que seja uma boa iniciativa trazer para o mercado pessoas que têm bons projetos, boas ideias, mas não têm recursos. Não é doação. O empreendedor é responsável pela devolução do recurso.”

Salles contou que serão disponibilizados recursos da ordem de US$ 100 milhões, vindos da Amazon Impact Investment Partnership na forma de financiamento de empreendimentos do setor privado com prazo de carência e juros baixos. O que Salles não disse é que a iniciativa vem sendo maturada há alguns anos, e que duas organizações da sociedade civil, Sitawi e Idesam, estão à sua frente. Salles também não contou que, em agosto passado, o MMA assinou um acordo com os EUA para um “programa de cooperação técnica Brasil-Estados Unidos (que) intensificará a atuação na conservação dos recursos biológicos da Amazônia, investindo até 80 milhões de dólares nos próximos cinco anos.”

 

Boletim ClimaInfo, 18 de março de 2019.