Tereza Cristina: “Acho a moratória um absurdo”

Tereza Cristina Aprosoja

A Aprosoja cobrou e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, respondeu se posicionando explicitamente pelo fim da Moratória da Soja na Amazônia.

“A moratória da soja é um assunto entre os privados. Mas acho um absurdo. Nós temos como mostrar onde a nossa soja é produzida e se pode ser produzida nesse lugar. Temos o Código Florestal, que é uma das leis ambientais mais rigorosas do mundo e que estabelece que o produtor tem que manter entre 20% e 80% de sua propriedade na vegetação original”, disse a ministra na AgroFit Brasil, em Londrina (PR), segundo o site Notícias Agrícolas.

O pacto foi firmado há mais de dez anos pelas tradings e organizações da sociedade civil, sendo depois apoiado por governos. Mas, mesmo sendo um pacto privado, a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho) ameaça entrar no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) contra as traders caso a Moratória não seja suspensa.

A Moratória da Soja é frequentemente citada como uma das iniciativas mais poderosas para a contenção do desmatamento da Amazônia. Um relatório Grupo de Trabalho da Soja (GTS), formado por produtores, compradores, sociedade civil e governo, demonstrou em 2018 que, em 11 anos de existência, apenas 1,2% do desmatamento na Amazônia foi decorrente do plantio do grão. Segundo análise então feita pelo Greenpeace, “ao longo de mais de uma década de existência, a Moratória da Soja mostrou na prática que o desmatamento zero é possível”. A organização fez os seguintes destaques do relatório:

– “A média do desmatamento nos municípios monitorados passou de 6.847 km²/ano (2002-2008) para 1.049 km²/ano (2009-2016) – uma redução de 85%.

– Menos de 2% da expansão dos plantios de soja se deu em áreas desmatadas após julho de 2008. De um total de 4,5 milhões de hectares plantados na safra 2016/2017, apenas 47.365 hectares não estão em conformidade com a Moratória.

– O compromisso monitora 89 municípios e 97% da soja plantada no bioma Amazônia, incluindo os estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia, Amapá, Maranhão e Tocantins”.

 

ClimaInfo, 14 de novembro de 2019.

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