A renda das mais de 13 milhões de pessoas que vivem em favelas já baixou. Uma pesquisa feita com 1.142 pessoas de 262 favelas de todas as regiões do país mostrou que mais de 70% já sentem a crise reduzir o pouco que ganham para sobreviver. Na medida em que o coronavírus se alastra, mais gente terá ainda mais dificuldade para comprar alimentos, remédios etc. Sem condições de isolamento, é provável que o vírus se alastre muito rapidamente. Vale ver a matéria da Folha sobre a pesquisa.
Marcelo Damato, também da Folha, conversou com líderes de favelas em São Paulo. As palavras “carnificina” e “abandono” descrevem suas perspectivas.
Essa percepção é reforçada pelas declarações, posts e vídeos de empresários apoiadores do presidente que entendem que seus negócios e os empregos que dizem gerar são mais importantes do que os “5 ou 7 mil que vão morrer”. A previsão correta, caso o distanciamento social não seja radical, está na casa do milhão de brasileiros. Se houver um distanciamento radical, então a previsão de mortes fica na casa dos poucos milhares. Vale a leitura do Painel da Folha e a entrevista que Katna Baran, também da Folha, fez com o empresário Junior“5-ou-7-mil”Durski.
Além da China ter praticamente parado sua economia durante 3 meses e a Europa quase inteira estar em quarentena, ontem o governo indiano ordenou que toda a população, os 1,3 bilhão de indianos, fiquem em casa pelas próximas três semanas. Lembrando que a Argentina está em quarentena desde a 5ª feira passada. Esses mesmos países estão abrindo cofres no valor de trilhões de dólares para sustentar suas economias. A notícia saiu no India-News e na Folha.
O manual econômico ultraliberal não se presta a estados de emergência. Se prevalecer, o bordão do atual governo deve ser mudado para “a economia em cima de todos”.
ClimaInfo, 25 de março de 2020.
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