A pandemia desnuda a péssima situação da habitação no Brasil

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O “distanciamento social” é ressaltado por médicos e especialistas como essencial para a redução do ritmo de contágio da COVID-19. A medida exige que as pessoas fiquem isoladas em suas casas o máximo possível, em condições básicas de higiene, para diminuir a circulação de pessoas e, assim, “achatar a curva” de contágio. Mas o que fazer quando as condições de habitação não permitem o isolamento?

Essa pergunta explicita uma dura realidade para muitas famílias no Brasil e no mundo: a política habitacional é ineficaz e não está garantindo condições básicas de moradia para os setores mais vulneráveis da sociedade. Associado ao descaso histórico do Brasil com saneamento básico, o problema da habitação aumentou a exposição dos setores mais pobres da sociedade brasileira ao novo coronavírus. As mortes por COVID-19 seguem crescendo nas localidades com situação habitacional mais frágil, como favelas e cortiços.

No UOL Ecoa, Wellington Ramalhoso assinar uma matéria muito interessante sobre como a política habitacional adotada pelo Brasil ao longo do tempo contribuiu para essa situação e nos legou um cenário de desastre em face da pandemia. Hoje, 24 milhões de pessoas não têm casa adequada, 12% da população brasileira. Mesmo aqueles que têm um teto para chamar de seu podem não ter serviços básicos que fazem a diferença, como acesso à água (35 milhões) e coleta de esgoto (100 milhões). Tudo isso deixa claro que o Brasil precisa avançar para uma nova política de moradia que supere esses obstáculos e que consiga garantir condições dignas para os cidadãos, especialmente aqueles mais vulneráveis.

 

ClimaInfo, 8 de maio de 2020.

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