Mourão quer afastar Brasil de Bolsonaro da fama de vilão do meio ambiente

Mourão GLO

Em meio ao atual surto de desmatamento da Amazônia, o vice-presidente, Hamilton Mourão, convocou ontem uma conferência de imprensa para defender a atuação das Forças Armadas na floresta até 2022, para que se evite que o Brasil seja mais uma vez rotulado de vilão do meio ambiente.

Mourão disse que quer “deixar claro isso aí. Não é uma operação sazonal. Vamos levar isso até o fim desse período do governo no intuito de reduzir essas práticas ilegais que vêm ocorrendo ao longo dos últimos tempos”, conforme relato do Poder 360.

Na semana passada, Bolsonaro autorizou o envio de tropas das Forças Armadas para o combate a queimadas e desmatamento na Amazônia Legal por meio de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Segundo matéria da Folha de S. Paulo, o prazo do decreto que criou a atual GLO vai até junho, mas a tendência é estendê-lo até o final do ano.

Ao contrário do que diz o decreto de criação da GLO, Mourão disse que o papel do Ministério da Defesa será o de coordenação e controle e que não substituirá a atuação do Ibama e do ICMBio. Segundo ele, o objetivo do contingente militar será “facilitar o trabalho dos agentes de fiscalização”.

Sobre as ações do governo que instigam o desmatamento nada foi falado. Pelo contrário, O Globo informa que Mourão defendeu a votação da MP 910, alegando que com a regularização proposta “vamos diminuir os problemas que enfrentamos na Amazônia, ouso dizer, em 80%”.

A nova GLO começou ontem em três estados (Pará, Rondônia e Mato Grosso). Os militares atuarão em ações preventivas e repressivas na faixa de fronteira, TI, Unidades Federais de Conservação Ambiental e em outras áreas federais da Amazônia Legal. No ano passado, a 1ª operação de GLO contra desmatamento e queimadas na Amazônia durou de agosto a outubro, com a mobilização de 9,7 mil pessoas ao custo de R$ 124,5 milhões – um valor acima do orçamento gasto pelo Ibama em 2019, de R$ 117,6 milhões.

Segundo o G1, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, informou que 3,8 mil integrantes das Forças Armadas serão enviados à Amazônia como parte da operação. O deslocamento terá apoio de 122 veículos em solo e no ar. O custo dessa “primeira fase” será de R$ 60 milhões.

E o ministro da justiça, André Mendonça, diz que seu ministério enviará 270 policiais para reforçar o contingente das Forças Armadas: serão 90 policiais federais, 90 policiais rodoviários federais e 90 membros da Força Nacional.

 

ClimaInfo, 12 de maio de 2020.

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