A crise como oportunidade para uma nova economia

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“A crise causada pela COVID-19 não deve ser desperdiçada. É uma oportunidade para acelerar o alinhamento entre investimento e a transição para uma economia de baixo carbono. Estado e mercado devem focar investimentos em setores que conciliem a geração dos empregos necessários para se recompor a oferta e a demanda globais e superar a crise, ao mesmo tempo em que se amplia a resiliência às crises futuras.”

A recomendação feita pelo economista Gustavo Pinheiro, no Nexo, vem com a preocupação quanto à discussão sobre a pós-pandemia estar centrada, por aqui, em medidas emergenciais e seus impactos na dívida pública. Pinheiro busca olhar para um horizonte mais adiante. A COVID-19 está escancarando a violência que o país comete contra parte importante da população ao confiná-la em casas de um cômodo, sem água corrente e sem esgoto. Assim, obras de infraestrutura deveriam ser dirigidas a essa população, reduzindo-se os riscos a que estão expostas, ao invés de se dirigirem a obras que só melhoram a vida de quem exporta carne e soja.

Pinheiro também gostaria de ver a economia precificando as emissões de carbono por meio da rápida eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis ou, pelo menos, sua redução expressiva. Ele também lembra da criação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE) e de obrigações para os setores mais emissores. Além de sinalizar a busca por tecnologias e processos menos emissores, isto “alavancaria investimentos com o potencial de transformar a qualidade do crescimento brasileiro e financiar investimentos em atividades florestais, eficiência energética, energia renovável, modais de transporte de baixa emissão, gestão de resíduos e saneamento.”

 

ClimaInfo, 18 de maio de 2020.

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