O Brasil está perdendo a guerra contra o novo coronavírus

Brasil coronavírus

Três meses após registrar seus primeiros casos de COVID-19, o Brasil experimenta um cenário de catástrofe humanitária em muitas de suas regiões, com o Sistema de Saúde sob colapso e falta de insumos, equipamentos e medicamento nos hospitais públicos.

Para piorar, o governo federal segue em modo “guerra total” contra autoridades estaduais e municipais que implementaram medidas de isolamento social, desconsidera as recomendações médicas e científicas sobre o tratamento da doença, e tergiversa sobre estratégias eficientes para a retomada da economia no pós-pandemia. A militarização da resposta federal faz água, com o Brasil tendo os piores números diários da pandemia em todo o mundo nos últimos dias, como destacam Stephen Eisenhammer e Gabriel Stargardter na Reuters.

Na revista norte-americana Time, a jornalista Ciara Nugent faz um panorama abrangente da situação dramática da pandemia no Brasil e do impacto da falta de vontade política do governo federal e de coordenação de esforços entre os diferentes níveis da administração pública, que colocam o país como o novo epicentro global da COVID-19.

“Quando emergências de Saúde Pública se sobrepõem a crises políticas e econômicas extremamente precárias, pode criar uma crise humanitária”, comenta Carlos Machado, coordenador do observatório contra COVID-19 da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ). “O Brasil está se encaminhando para esse cenário”.

De toda forma, cientistas e profissionais da saúde não desistiram e seguem na linha de frente do combate à pandemia, mesmo sem o apoio esperado do poder público. A revista científica Nature conversou com o físico Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências, que comentou o trabalho de pesquisadores para identificar formas de se combater a COVID-19 e buscar uma eventual vacina contra o novo coronavírus.

 

ClimaInfo, 27 de maio de 2020.

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