A estiagem no sul do Brasil se arrasta desde meados do ano passado e ameaça causar uma crise hídrica nas principais cidades da região.
No Rio Grande do Sul, pelo menos 386 dos 497 municípios decretaram situação de emergência. Em Santa Catarina, 93 cidades já se encontram na mesma condição, sendo que a Defesa Civil do estado afirma que a estiagem é a mais severa em 14 anos. No Paraná, a região metropolitana de Curitiba tem convivido com o racionamento de água nos últimos meses, causado pela queda drástica no nível dos reservatórios que abastecem as cidades.
Para o ex-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, a estiagem afeta principalmente dois setores que dependem de água nesses estados. A agricultura e a geração de energia hidrelétrica. “São regiões que têm seca com alguma frequência. E, com [o atual contexto de] mudanças climáticas, esses fenômenos têm sido extremos”, disse Andreu para a Deutsche Welle. Ele avalia também que a situação do PR preocupa mais, já que o clima no estado é mais parecido com o de seus vizinhos do sudeste, o que significa que a estiagem deve se prolongar por mais alguns meses, devido à chegada das estações secas de outono e inverno.
Com o agravamento da situação, especialmente no RS, o Ministério do Desenvolvimento Regional liberou mais de R$ 287 mil para nove municípios gaúchos mais afetados pela estiagem, para a compra de kits de alimentação e de assistência humanitária.
ClimaInfo, 1º de junho de 2020.
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