Jovens ativistas aproveitam eleição para Conselho de Segurança da ONU para pressionar por ação climática

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Um grupo de cientistas e ativistas jovens – entre eles, Greta Thunberg – encaminhou na semana passada uma carta aos representantes diplomáticos das pequenas nações insulares na ONU. O documento pede aos governos que aproveitem a eleição dos novos membros não-permanentes do Conselho de Segurança para pressionar Canadá e Noruega a abandonar seus interesses petrolíferos, que vão contra os compromissos climáticos internacionais.

Ambos países disputam com a Irlanda os dois dos assentos não-permanentes do Conselho e defendem que a crise climática seja vista como uma ameaça à segurança internacional. Para os signatários da carta, no entanto, esse compromisso é falho, já que os dois países insistem em levar adiante projetos de exploração fóssil.

“Se a Noruega for séria na implementação do Acordo de Paris, seu governo deve remover benefícios fiscais à indústria do petróleo, e não aumentá-los”, defende a carta. Sobre o Canadá, os signatários insistem que o país deveria tornar permanente a moratória temporária que existe hoje para novos projetos de infraestrutura de óleo e gás, além de derrubar os subsídios aos combustíveis fósseis.

A escolha dos membros não-permanentes do Conselho de Segurança deve acontecer no 2º semestre. Para que sejam eleitos, os países precisam do apoio de 2/3 da Assembleia Geral da ONU. É nesse ponto que as pequenas nações insulares podem pressionar os candidatos, como pede a carta. As 38 nações que hoje fazem parte da coalizão AOSIS possuem cerca de 20% dos votos da Assembleia e, se atuarem de maneira concertada, podem ter peso importante na escolha dos novos membros do Conselho de Segurança.

 

ClimaInfo, 17 de junho de 2020.

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