Insistindo em negar o desmatamento, Bolsonaro enfraquece as já débeis ações de seu governo

negar desmatamento Bolsonaro

A negação da gravidade da intensificação do desmatamento na Amazônia feita por Bolsonaro evidencia o tamanho do problema que o Brasil enfrenta no momento: mais do que mudar ministros, o governo federal precisa mudar completamente a essência de sua política para o meio ambiente.

Em entrevista ao Estadão, a ex-ministra Marina Silva dá o tom do desafio: “Esse governo não tem compromisso com a gestão ambiental e nem capacidade técnica. É por isso que não há discurso, não há powerpoint do vice-presidente que resista a insanidades como essas que Bolsonaro repete.”

Na mesma linha, o também ex-ministro José Goldemberg afirma no Estadão: “O tratamento da questão da Amazônia (…) destruiu a imagem positiva que tínhamos no exterior e pode acabar por prejudicar seriamente as nossas exportações. Não reconhecer a realidade do desmatamento crescente na Amazônia nos últimos anos (documentada por órgãos do próprio governo, como o INPE) não é só um absurdo, mas prejudicial ao país”.

“A negação do avanço do desmatamento da Amazônia e o flagelo das fake news que propagam o ódio não passam impunes aos olhos do mundo. Os fatos falam por si e por múltiplas vozes”, escreveu Rosiska Darcy de Oliveira, n’O Globo. “O governo brasileiro fez um estrago. Arrogantes e intolerantes, não perceberam que meio ambiente e verdade na informação são temas incontornáveis no debate público global”.

Em seu editorial de ontem (20/7), o Valor Econômico destacou a ambiguidade impressa pela fala de Bolsonaro à resposta do governo federal à crise ambiental: “Dar novo fôlego a uma postura negacionista é insistir num erro com consequências potencialmente prejudiciais aos interesses do Brasil”.

 

ClimaInfo, 21 de julho de 2020.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)