Crise climática pode tornar “ciclones-bomba” mais frequentes no sul do Brasil

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A intensificação do aquecimento do planeta causado pela crescente concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, pode tornar mais frequentes e potentes fenômenos climáticos como o “ciclone-bomba”, que atingiu os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul no final de junho. A afirmação foi feita pelo climatologista Francisco Aquino (UFRGS), durante webinar promovido pelo ClimaInfo na 3ª feira (21/7).

De acordo com Aquino, os “ciclones-bomba” são eventos relativamente frequentes na região da bacia do Prata. Entre 1980 e 2010, 78 tempestades desse tipo foram identificadas na região Sul do Brasil, uma média de cerca de 2,5 por ano. No entanto, mais de 80% deles ocorreram no oceano, sem avançar sobre o continente.

Entretanto, o aquecimento do planeta, associado a mudanças na circulação atmosférica no continente sul-americano causadas pelo desmatamento na Amazônia e no Cerrado, pode resultar na intensificação dos ciclones-bomba.

Na apresentação, Aquino também destacou os resultados de uma pesquisa feita sobre o ciclone-bomba que atingiu o RS em setembro de 2016, causando então uma tempestade de granizo e ventos de mais de 120 km/h. “Recolhemos água da chuva para fazer uma análise isotópica e concluímos que o DNA da chuva que caiu na capital gaúcha durante a passagem do ciclone era totalmente amazônico. É uma prova de como a umidade da Amazônia pode se deslocar rapidamente e provocar uma tempestade ao encontrar frentes frias e temperaturas quentes”, disse o climatologista.

As falas de Aquino foram destacadas pelos Projeto Colabora, Sul21, RS Urgente e IBIÁ e, caso queira se aprofundar, você pode acessar aqui a apresentação completa utilizada no webinar pelo professor .

 

ClimaInfo, 23 de julho de 2020.

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