“Grande Muralha Verde”, a aposta africana para uma recuperação pós-pandemia

Grande Muralha Verde da África

Desde 2007, um grupo de países africanos está trabalhando para tirar do papel o projeto de reflorestamento mais ambicioso do mundo: a “Grande Muralha Verde” da África, um corredor intercontinental de mais de 7 mil km que se estenderá do Senegal a Djibuti, com o objetivo de conter o processo de desertificação de áreas ao sul do Saara.  Com os efeitos econômicos da pandemia, os 11 países envolvidos no projeto reforçaram sua importância também para gerar empregos e renda sustentáveis a milhões de africanos. “A Grande Muralha Verde é um enorme corredor de oportunidade econômica. Ele oferece uma solução para responder e se recuperar adequadamente da crise, transformando-a em oportunidade para investimentos de grande escala”, destacou a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed.

No entanto, o ritmo de implementação está aquém do esperado: de acordo com relatório divulgado nesta semana, o reflorestamento foi realizado em apenas 4% da área estimada (cerca de 4 milhões de um total de 154 milhões de hectares). Para que o projeto seja concluído dentro do programado – até 2030 – a cada ano os países deverão  replantar o equivalente a duas vezes a área que eles replantaram até agora, a um custo anual de US$ 4,3 bilhões.

Climate Home e The Guardian destacaram os resultados preliminares e as pretensões futuras do projeto da Grande Muralha Verde da África.

Em tempo: A ONG ambientalista Friends of the Earth vai questionar na justiça britânica a decisão do governo do Reino Unido de oferecer US$ 1 bilhão em apoio financeiro a um grande projeto de combustível fóssil em Moçambique. O argumento do grupo é que o investimento é incompatível com os objetivos do Acordo de Paris e que ele pode agravar a crise climática. The Guardian repercutiu a ação.

 

ClimaInfo, 9 de setembro 2020.

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