Em meio a críticas ao desmatamento da Amazônia, Comissão Europeia se desdobra para tentar salvar acordo com Mercosul 

comissão europeia

A escalada das críticas e da pressão de organizações da sociedade civil, de empresas e mesmo de governos europeus contra o desmatamento da Amazônia brasileira está provocando dor de cabeça à Comissão Europeia, responsável pela negociação do acordo comercial do bloco com o Mercosul. No Valor, Daniela Chiaretti e Assis Moreira informaram que o braço executivo da União Europeia estuda a possibilidade de separar o pilar de comércio do acordo, para tentar facilitar sua tramitação dentro do bloco.

O acordo possui três pilares: questões políticas e de segurança, cooperação econômica e institucional, e livre comércio. Com a separação, o pilar comercial não precisaria da unanimidade do Conselho Europeu nem da ratificação pelos parlamentos dos 27 países-membros, e seria encaminhado direto ao Parlamento Europeu. Se aprovado pelos europarlamentares, o texto separado para comércio entraria em vigor provisoriamente.

Mas o caminho para isso acontecer não é fácil. Fora a pressão imposta por diversos países europeus à situação ambiental no Brasil, a Alemanha (que preside a UE neste semestre) segue demonstrando desconforto diplomático com o governo Bolsonaro. A Deutsche Welle informou que o governo Merkel não esconde que tem tido problemas para lidar com o presidente brasileiro e que isso está causando tensões nas relações bilaterais.

Para O Globo, o embaixador da UE no Brasil, Ignácio Ybañez Rubio, respaldou a carta encaminhada por governos de oito países europeus pedindo que o Brasil tome medidas adicionais para combater o desmatamento e as queimadas na Amazônia. “Ainda precisamos de resultados: ONGs, empresas internacionais e brasileiras, todos têm dado o mesmo recado. A sustentabilidade é uma obrigação para todos”, disse.

 

ClimaInfo, 16 de setembro 2020.

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