Bolsonaro e a negação absoluta da realidade ambiental da Amazônia

Bolsonaro queimadas Amazônia

O presidente Jair Bolsonaro é um iludido convicto. Incapaz (ou sem disposição) de enxergar a realidade. Durante cerimônia de formatura de novos diplomatas no Itamaraty, Bolsonaro afirmou que a Floresta Amazônica – a mesma que testemunhou uma alta de 61% no número de focos de incêndio no mês passado, com 32.017 pontos identificados pelo INPE – não está queimando. O presidente desafiou também diplomatas estrangeiros a participarem de uma viagem de avião entre Manaus e Boa Vista, dizendo que eles “não verão em nossa Floresta Amazônica nada queimando ou sequer um hectare de selva devastada”.

O chanceler Ernesto Araújo habita a mesma realidade paralela do presidente. Como que desafiando o resto do mundo, o embaixador fez pouco caso do isolamento diplomático vivido pelo país nos últimos meses, afirmando que o país defende a “liberdade”. “Se isso nos faz ser um pária internacional, então que sejamos um pária”.

G1, O Globo, Poder360, Reuters, UOL e Valor deram espaço para o lero-lero no Itamaraty.

Em tempo: O Valor trouxe dois pepinos para a diplomacia brasileira. Primeiro, o novo comissário de comércio da UE, Valdis Dombrovskis, conversará hoje por telefone com o chanceler Araújo no primeiro contato oficial entre eles, num esforço para tentar salvar o acordo comercial com o Mercosul. Dombrovskis já afirmou que não vê grandes chances do tratado ser ratificado pela UE nos próximos meses, mas seguirá trabalhando para isso e considera inclusive a possibilidade de impor novas salvaguardas ambientais ao texto. Já o outro pepino atende pelo nome de Joe Biden: Daniela Chiaretti analisou o plano energético e climático do candidato democrata e indicou como o Brasil poderá ser afetado em um eventual governo dele.

 

ClimaInfo, 23 de outubro 2020.

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