Conselho da Amazônia especula sobre interesses externos em recursos hídricos da região

11 de novembro de 2020

Paranoia é uma palavra digna para descrever o plano que está sendo desenhado pelo Conselho da Amazônia para orientar as políticas federais para o bioma. No Valor, Rafael Walendorff revelou que os documentos em discussão pelo colegiado chefiado por Mourão especulam sobre um interesse da China e dos EUA, além de países europeus, sobre os recursos hídricos da Amazônia brasileira. Um dos textos diz que existem “interesses expressos” de países e instituições internacionais nos estoques de água doce do Brasil e destaca o “apoio das entidades ambientalistas aos governos europeus”, além de “interesses menos republicanos entre nacionais”.

Na 2ª feira passada (9/11), o Estadão mostrou que esse plano inclui a imposição de um marco regulatório restritivo para a atuação de organizações da sociedade civil na Amazônia, proibindo aquelas que, na visão do governo, atentem contra o “interesse nacional”. A proposta foi duramente criticada por parlamentares, ambientalistas e pelas ex-ministras Marina Silva e Izabella Teixeira.

Em tempo 1: O artigo de Claudio Angelo no Direto da Ciência é a melhor resposta para o absurdo proposto por Mourão & Cia. para atacar a sociedade civil. Ele explica como o plano arquitetado pelo vice faz uma mistura caótica de referências e concepções que chega a ser cômica, se não fosse trágica. “Mourão não tem um plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. Ele tem um plano de ocupação militar da região, aplicando à maior floresta tropical do mundo, em pleno século 21, o mesmo quadro conceitual que resultou em desastre ambiental, miséria e violência em meados do [séc.] 20”.

Em tempo 2: No UOL, Jamil Chade destacou o site Sinal de Fumaça – Monitor Socioambiental, criado para acompanhar as “boiadas” de Bolsonaro e Ricardo Salles sobre as políticas ambiental e social. Com atualizações semanais, o site inclui uma retrospectiva das decisões desastradas e desastrosas tomadas pelo governo federal no tema socioambiental desde a vitória de Bolsonaro em 2018 até agora.

Em tempo 3: Ah, já íamos nos esquecendo… enlouquecido de vez, Bolsonaro ameaçou ontem declarar guerra aos EUA se Biden colocar barreiras comerciais contra o desmatamento da Amazônia.

 

ClimaInfo, 11 de novembro 2020.

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