Depois de críticas, Reino Unido suspende projeto polêmico de mina de carvão

Reino Unido carvão Cumbria

Depois de semanas de pressão dentro e fora do Reino Unido, autoridades da região de Cumbria, no norte da Inglaterra, anunciaram que vão rever a permissão dada para um novo projeto de extração de carvão, a 1ª mina profunda de carvão em três décadas no país. Ambientalistas e cientistas vinham criticando o governo britânico por permitir a aprovação de um projeto fóssil ao mesmo tempo em que ambiciona tornar-se uma liderança climática global.

O projeto está orçado em 165 milhões de libras esterlinas (R$ 1,2 bilhão) e prevê uma produção anual de 2,7 milhões de toneladas de carvão metalúrgico. No mês passado, o secretário de negócios do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, defendeu a mina de Cumbria durante audiência no Parlamento britânico, argumentando que o governo tinha se comprometido com o fim do uso do carvão mineral para geração elétrica, e não do carvão metalúrgico. No entanto, ambientalistas contestaram esse argumento, apontando para a necessidade da indústria siderúrgica também buscar soluções que eliminem o uso desse carvão em seu processo produtivo.

A decisão sobre a mina de Cumbria foi destacada por BBC, Bloomberg, Climate Home, Guardian, Independent e Financial Times, entre outros.

Em tempo: O governo de Emmanuel Macron apresentou nesta 4ª feira (10/2) um projeto de lei ambiental na França que promete colocar a questão climática no centro das políticas públicas do país. A proposta foi feita a partir do resultado das consultas feitas pela Convenção Cidadã sobre o Clima, criada por Macron na esteira dos protestos dos “coletes-amarelos” no final de 2019 para propor medidas que auxiliem a França a reduzir suas emissões de carbono em 40% até 2030 com relação a 1990. Entre as medidas previstas, estão a proibição de locação de moradias com mal isolamento térmico a partir de 2028 e voos aéreos domésticos para trechos atendidos em menos de duas horas e meia por trem. No entanto, ambientalistas franceses criticaram a timidez do projeto de lei. Reuters e RFI deram mais informações.

 

ClimaInfo, 11 de fevereiro de 2021.

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