Alemanha alerta que desmatamento pode emperrar cooperação com Brasil em outras áreas

4 de maio de 2021

Quem avisa, amigo é. Segundo Mônica Bergamo, na Folha, o governo da Alemanha mandou um recado ao Palácio do Planalto: se o desmatamento da Amazônia não for contido, acordos de cooperação bilateral em outras áreas também poderão ser prejudicados. O país é um dos principais financiadores do Fundo Amazônia, congelado desde 2019 por conta de desentendimentos entre o governo Bolsonaro e os parceiros alemães e noruegueses sobre o uso dos recursos. Falando no Fundo, os emissários de Berlim também reforçaram que a retomada dele está atrelada a progressos do Brasil no combate ao desmatamento.

A má fama internacional do Brasil passou a ser utilizada por outros países para contestar cobranças ambientais feitas pela União Europeia. De acordo com Assis Moreira, no Valor, o governo da Indonésia mencionou o Brasil como um exemplo de país que de fato destrói a floresta em uma documentação submetida à Organização Mundial do Comércio (OMC) no âmbito de uma ação movida contra a UE pelo fato do bloco ter excluído o óleo de palma (um dos principais produtos de exportação da Indonésia) como fonte para biocombustível, por considerá-lo incompatível com seus objetivos para energias renováveis.

Enquanto isso, a Veja destacou que a junta orçamentária do governo se reunirá nesta semana para conseguir tirar do chapéu alguma solução financeira para viabilizar a duplicação dos recursos da União para o combate ao desmatamento neste ano, promessa feita por Bolsonaro aos chefes de Estado e de governo na Cúpula Climática.

Em tempo: O El País noticiou as movimentações da Espanha para destravar a aprovação do acordo comercial entre Mercosul e UE. Em carta encaminhada à chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do governo espanhol, Pedro Sanchéz, cobrou que Bruxelas avance com a tramitação do texto, salientando a “importância estratégica” da América Latina para a estratégia comercial da UE nos próximos anos. O acordo segue em compasso de espera, por causa das reticências de alguns países europeus (em especial, França e Áustria) com potenciais impactos ambientais nos países do Mercosul.

 

ClimaInfo, 4 de maio de 2021.

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