Calor intenso causa incêndios florestais no Canadá

Canadá incêndios florestais

A pequena vila de Lytton, na província canadense de Colúmbia Britânica, se tornou um símbolo do desastre que as altas temperaturas estão causando ao país na última semana. Depois de registrar o recorde histórico de calor para o Canadá, os moradores de Lytton tiveram que abandonar suas casas na noite de 4ª feira (30/6) em razão de um incêndio florestal que se alastrou na região. O Globo divulgou imagens do fogo, que avançou rapidamente sobre Lytton. A Reuters também repercutiu essa notícia. Em todo o país, pelo menos 486 mortes súbitas foram relatadas nos últimos cinco dias, segundo o Guardian, número quase 200% acima da média de casos nos anos anteriores, o que sugere uma relação entre o forte calor e o aumento de casos de óbito repentino.

Também no Guardian, Justin Shaw descreve como tem sido a vida dos moradores de Seattle, no noroeste dos EUA, um dos locais mais afetados pela onda de calor. “Uma caminhada de 10 minutos parece uma corrida de 20”, comparou ele. As pessoas voltaram a se refugiar em suas casas para escapar do sol inclemente, deixando as ruas tão desertas como no auge da pandemia, no ano passado. Na costa leste dos EUA, em Nova York, as autoridades locais emitiram nesta 4ª feira (30/6) um alerta de emergência para os 8,4 milhões de habitantes pedindo parcimônia no uso de eletrodomésticos e ar condicionado. A Bloomberg deu mais detalhes.

Meteorologistas e climatólogos alertaram que o calor deve seguir intenso na América do Norte e que o episódio reforça a necessidade de adaptar a infraestrutura urbana para eventos climáticos extremos, que devem ficar mais frequentes nos próximos anos. Com menos diplomacia, Ishaan Tharoor escreveu no Washington Post que passou a hora das autoridades norte-americanas levarem a sério a questão climática: “É a mudança do clima, estúpido”. O Estadão publicou uma tradução desse texto.

Em tempo 1: O calor também tem sido forte em outros pontos do hemisfério norte. Na Grécia, as temperaturas chegaram a 42°C nesta semana, forçando o fechamento de pontos turísticos, como a Acrópoles de Atenas. A defesa civil grega recomendou que as pessoas evitem banhos de sol e movimentos em locais congestionados, além de alertar para o risco de incêndios florestais em todo o país. A notícia é da Reuters.

Em tempo 2: O dado é antigo, mas só foi confirmado nesta semana pela Organização Meteorológica Mundial (WMO). No dia 06 de fevereiro do ano passado, a Antártica experimentou sua temperatura mais alta até hoje: 18,3°C. O recorde foi registrado na estação científica argentina de Esperanza e supera o recorde anterior, também identificado no mesmo local, de 17,5°C no dia 24 de março de 2015. A AFP deu mais detalhes.

 

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ClimaInfo, 2 de julho de 2021.

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