A chave para que a transição verde seja efetivamente realizada nos países emergentes está nas instituições multilaterais de apoio ao desenvolvimento e à estabilidade econômica. Esse foi o diagnóstico de Larry Fink, CEO da BlackRock, feito durante o encontro de ministros de economia do G20 no último final de semana. Para Fink, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estão “desatualizados” e precisam de uma revisão total para mobilizar os trilhões de dólares em investimentos necessários para os países emergentes e em desenvolvimento.
Fink observou que a questão financeira é ainda mais estratégica no caso dos países emergentes, que dependem não apenas de recursos públicos para fazer essa transição, mas também de investimentos privados. Nesse sentido, a ideia do chefe da BlackRock é de que o Banco Mundial e o FMI sirvam menos como “emprestadores” de dinheiro e mais como “seguradores” para reduzir o risco de investidores privados. “Há capital privado que pode ser mobilizado para os mercados emergentes, mas precisamos repensar a maneira como as instituições financeiras internacionais podem apoiar investimentos de baixo carbono em escala”, disse Fink. Bloomberg, Reuters e Valor destacaram a fala dele.
Falando no G20, Assis Moreira escreveu no Valor sobre o esforço da União Europeia para impulsionar o debate sobre descarbonização nas conversas entre os países do grupo, em especial na defesa do uso de instrumentos tributários para facilitar a redução de emissões de carbono. O 1º passo foi dado na declaração final dos ministros do G20, na qual eles concordaram com a precificação do carbono como instrumento para ação climática. Na mesma linha, Tim Gore defendeu no Climate Home que a UE reforce o compromisso com a transição justa com o uso dos recursos de uma eventual “taxa de carbono de fronteira” para financiar a ação climática em países mais pobres.
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ClimaInfo, 13 de julho de 2021.
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