Dois anos depois, derramamento de óleo no Nordeste segue um mistério

óleo no nordeste

Há dois anos, o Brasil foi surpreendido por manchas gigantescas de petróleo que cobriram o litoral do país do Maranhão até o Rio de Janeiro. De acordo com o IBAMA, mais de 3 mil km de litoral foram atingidos pelo óleo, o maior desastre desse tipo da história do país. No entanto, as autoridades brasileiras seguem sem saber quem foi o responsável por essa catástrofe, e nem mesmo quanto petróleo foi jogado no litoral do país (as estimativas giram entre 5 e 12,5 milhões de litros). Renata Padilha, da 350.org, conta que ainda há petróleo encravado em rochas e corais e espalhado pelas dunas. Ela fala de “pescadoras que conseguiam através do seu trabalho entre 800 e 1000 reais antes do crime ambiental, hoje, enfrentam desafios com a renda de, no máximo, 100 reais por mês para suprir as necessidades de toda a família.”
“Mais de 80% da biodiversidade de invertebrados foi perdida na área estudada”, explicou Francisco Kelmo, da Universidade Federal da Bahia, que analisou os efeitos do óleo em um trecho no litoral baiano, ao UOL. “O branqueamento dos corais atingiu quase 90% da população. Houve redução de 85% de animais vivos por m2 de praia”.

Outra incerteza é o quanto de óleo ainda existe boiando no mar. Ao longo dos últimos dois anos, diversas manchas menores de óleo apareceram em pontos da costa brasileira. Análises indicam que o material é parecido com o coletado em 2019.

Já Marcos Lopes destacou no R7 que investigações da Marinha indicaram três possíveis origens em navios que levavam óleo coletado na Venezuela. No entanto, não há indícios claros e sólidos que fundamentem essas acusações. Especialistas contestam essas hipóteses e apontam para outras possibilidades – por exemplo, um vazamento de óleo na costa africana.

 

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ClimaInfo, 31 de agosto de 2021.

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