Os países precisam diminuir sua dependência de combustíveis fósseis e avançar na transição para fontes renováveis de energia. Essa constatação parece óbvia, mas o fato de ter sido feita pelo representante de um dos maiores produtores mundiais de petróleo, o Iraque, traz um peso muito maior.
Em artigo no Guardian, Ali Allawi, o ministro das finanças do Iraque e um dos principais nomes atuais da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), e o diretor da Agência Internacional de Energia (IEA), Fatih Birol, ressaltaram que os países produtores de petróleo precisam buscar “uma renovação econômica focada em políticas e tecnologias ambientalmente saudáveis”, que incluiria energia solar e nuclear, e reduzir sua dependência sobre as exportações de combustíveis fósseis.
“Para ter uma chance de limitar os piores efeitos das mudanças climáticas, o mundo precisa mudar fundamentalmente a forma como produz e consome energia, queimando menos carvão, petróleo e gás natural. (…) Se as receitas do petróleo começarem a diminuir antes que os países produtores tenham diversificado com sucesso suas economias, os meios de subsistência serão perdidos e as taxas de pobreza aumentarão”, escreveram.
Nesse sentido, os autores defendem que as nações produtoras de petróleo tenham algum tipo de apoio da comunidade internacional para facilitar essa transição para a energia renovável e diminuir os impactos do fim da economia petroleira nesses países.
Por falar na OPEP, os ministros do bloco decidiram nesta 3ª feira (31/8) não aumentar o volume de petróleo produzido nos próximos meses, contrariando um pedido feito pelo governo dos EUA no começo de agosto. Para a Casa Branca, a escassez do produto no mercado internacional está provocando aumento de preços em um patamar que prejudica a retomada econômica pós-pandemia dos países.
No entanto, a OPEP e a Rússia entenderam que as restrições à produção de petróleo ainda são necessárias em virtude da lentidão da recuperação econômica global, o que poderia causar um repeteco do cenário visto no começo de 2020, quando o combustível atingiu seus piores preços da história recente. Bloomberg e Financial Times deram mais informações.
Leia mais sobre crise do petróleo e transição energética no ClimaInfo aqui.
ClimaInfo, 2 de setembro de 2021.
Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.
