Petrobras fatia licenciamento para tentar burlar o IBAMA

Petrobrás

As empresas interessadas na exploração de petróleo nos blocos na foz do Rio Amazonas nunca conseguiram provar que sabiam como proteger o delicado banco de corais em caso de acidente. No final da última temporada, as petroleiras BP e Total passaram os blocos para a Petrobras. Suely Araújo, Fabio Feldmann e Rafael Giovanelli, no Valor, explicam a artimanha que nossa estatal está aplicando para poder explorar a região. Eles contam que, para a perfuração marítima de poços de petróleo, só há uma licença, a de operação (LO). A Petrobras quer conseguir uma licença prévia (LP), onde o proponente mostra o que pretende fazer e que não exige a apresentação de planos de contingência e segurança. Uma vez com a LP em mãos, ficará bem mais complicado para o IBAMA negar a LO. Na esteira da Lava Jato, a Petrobras jurou que seria bem comportada. No entanto, como escrevem os autores, “a tese ilegal defendida pela Petrobras expõe a arrogância histórica das petroleiras, mas também uma atuação enviesada como se houvesse um único interessado, o acionista majoritário governo federal, esquecendo sua condição de empresa de capital aberto no Brasil e no exterior. Como ficam os padrões de governança corporativa que incorporam as questões socioambientais exigidas pelo mercado?”

 

ClimaInfo, 3 de setembro de 2021.

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