Mais da metade da madeira explorada no Pará em 2020 foi ilegal, diz levantamento

madeira ilegal Pará

O levantamento feito pela Rede Simex (Imazon, Idesam, Imaflora e ICV) sobre o impacto da exploração de madeira na Amazônia segue gerando repercussão. O Globo destacou um dos dados mais surpreendentes da análise: entre agosto de 2019 e julho de 2020, 55% dos casos de retirada de madeira no Pará não contaram com autorização dos órgãos ambientais competentes. Em todo o estado, mais de 50,1 mil hectares foram derrubados nesse período para exploração madeireira, um aumento de 38% na comparação com o ano anterior (agosto de 2018 a julho de 2019).

No exterior, o Mongabay também destacou os principais pontos do levantamento, que mostrou um total de quase meio milhão de hectares de vegetação derrubada pela indústria madeireira nesse período, uma área equivalente a três vezes a do município de São Paulo.

Ainda sobre a retirada ilegal de madeira da floresta, Lauro Jardim noticiou n’O Globo que o senador Zequinha Marinho, defensor dos madeireiros acusados de ilegalidades no Pará, teve uma reunião nesta semana com o ministro da casa civil, Ciro Nogueira, para pressionar o governo por conta da atuação do IBAMA no estado, que estaria dificultando a liberação das cargas de madeira para exportação.

Lembrando que foi exatamente essa questão que precipitou a queda de Ricardo Salles do ministério do meio ambiente em junho, quando foi acusado de facilitar um esquema de contrabando de madeira de origem ilegal na Amazônia.

Em tempo 1: Hyury Potter escreveu no The Intercept Brasil sobre a atuação da mineradora Gana Gold, uma empresa criada há pouco mais de um ano, mas que já movimenta valores bilionários e um volume de ouro muito além daquilo que seria possível. De acordo com investigadores da Polícia Federal, a empresa opera sob uma licença irregular, já que conta apenas com autorização da prefeitura de Itaituba (PA) para operar, atropelando as leis estaduais e federais.

Em tempo 2: O presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan, segue na mira da Polícia Federal e do STF por conta do envolvimento com o financiamento de atos antidemocráticos por grupos bolsonaristas. No blog de Leonardo Sakamoto no UOL, Naira Hofmeister descreveu a ficha corrida do “sojeiro” na esfera ambiental: ele já foi multado por desmatar ilegalmente 500 hectares de vegetação nativa e está sendo investigado por plantio clandestino de grãos e invasão de terras de uma propriedade vizinha à sua.

 

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ClimaInfo, 17 de setembro de 2021.

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