Na ONU, EUA e China trocam rivalidade por novos compromissos climáticos

22 de setembro de 2021

O dia de ontem foi intenso na sede da ONU em Nova York. Noves fora as baboseiras de Bolsonaro, a abertura da Assembleia Geral deu o tom da principal preocupação dos países neste momento – a crise climática. Tanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, como o presidente da AG, Abdulla Shahid, reforçaram a importância do mundo avançar com metas e ações mais ambiciosas e imediatas para se conter a mudança do clima, sob o risco de se condenar o futuro da humanidade.

“Estamos à beira do abismo, e nos movendo na direção errada”, destacou Guterres. “Precisamos de um corte de 45% nas emissões até 2030. No entanto, um relatório recente da ONU deixou claro que, com os atuais compromissos climáticos nacionais, as emissões aumentarão 16% até 2030”. Bloomberg, Guardian e Valor destacaram os principais pontos do discurso do secretário-geral da ONU.

Por outro lado, Estados Unidos e China deram uma sinalização importante na Assembleia Geral em prol da ação climática, mesmo com os dois países protagonizando tensões geopolíticas nos últimos anos. O presidente norte-americano Joe Biden fez o primeiro gesto ao anunciar que a Casa Branca pretende dobrar o volume de recursos destinados a financiamento climático para os países pobres até 2024, passando de US$ 5,7 bilhões anuais para US$ 11,4 bilhões.

De acordo com a Bloomberg, o anúncio foi bem recebido por ativistas climáticos, que defendiam que o financiamento climático dos EUA aumentasse para pelo menos US$ 12 bilhões anuais, valor um pouco acima do prometido por Biden na ONU. O primeiro-ministro Boris Johnson, do Reino Unido, celebrou o anúncio de Biden, destacando que a nova meta financeira mostra que o governo norte-americano está “apaixonadamente comprometido em enfrentar a mudança do clima”, como citado pela Associated Press. A promessa também teve destaque em veículos como Climate Home, Guardian, NY Times, Reuters, Washington Post e Wall Street Journal.

Já o presidente da China, Xi Jinping, anunciou que o país deixará de construir novos projetos de energia movidos a carvão no exterior, um passo importante para que esse combustível fóssil seja finalmente “aposentado”. O país é um dos maiores consumidores de carvão do mundo e um dos principais financiadores de novas usinas termelétricas carvoeiras nos países em desenvolvimento, especialmente na Ásia e na África. No entanto, o líder chinês não definiu um prazo para que isso aconteça. AFP, Climate Home, CNN, NY Times e Reuters repercutiram o anúncio chinês.

 

ClimaInfo, 22 de setembro de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar