UE quer barrar exploração de petróleo e gás no Ártico

Ártico petróleo e gás

A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, está articulando um acordo internacional para proibir novos projetos de petróleo, gás natural e carvão no Ártico. De acordo com a estratégia apresentada nesta semana, a UE também pretende restringir o financiamento do bloco para esse tipo de atividade, redirecionando os recursos para projetos de energia renovável e de conservação ambiental nessa região do globo.

“A UE está empenhada em tornar o Ártico seguro, estável, sustentável e próspero. Seguro e estável, por meio de uma cooperação internacional reforçada; sustentável e próspero, garantindo uma forte ligação entre o empenho da UE no Ártico e a nossa política climática, o Acordo Verde Europeu e a sua dimensão de economia azul”, explicou Virginijus Sinkevičius, comissário europeu para o meio ambiente.

O principal alvo dos europeus é a Rússia, maior produtora de combustíveis fósseis no Ártico e fornecedora crítica de energia para os países da UE. A tarefa já não seria fácil em circunstâncias normais, mas está bem mais difícil agora, com o continente vivendo uma crise energética causada principalmente pela redução no fornecimento russo de gás.

A articulação da UE contra projetos de energia fóssil no Ártico teve destaque em veículos como Associated Press, Bloomberg, Financial Times, Guardian e Reuters.

Em tempo: Com a temperatura média esquentando cerca de três vezes acima do ritmo global, o oceano congelado do Ártico se aproxima cada vez mais de um ponto de colapso. Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Columbia (EUA) analisou os impactos potenciais do aquecimento na cobertura de gelo do Ártico, com foco especial nas condições ecossistêmicas das espécies que vivem nesta região. No cenário mais otimista, com a redução das emissões de carbono, o gelo pode persistir no Ártico mesmo durante os verões. Porém, no pior cenário, no qual as emissões continuam sua trajetória atual, o gelo do verão desapareceria em 2100, junto com criaturas como focas e ursos polares. O estudo foi publicado na revista Earth’s Future.

 

ClimaInfo, 15 de outubro de 2021.

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