Comer menos carne pode ser fundamental para o Brasil cumprir sua parte no compromisso

COP26 emissões de metano

Um tanto a contragosto, o Brasil aderiu ao pacto de ajudar o mundo a reduzir em 30% as emissões de metano até 2030. Enquanto o setor de petróleo e gás é o maior responsável pelas emissões de metano no mundo, por aqui, as emissões do setor não chegam a 2% (vejam o final da última nota desta edição). No Brasil, o rebanho bovino emite mais de 70% do total e as emissões que vêm do lixo e do esgoto somam cerca de 17%. Fazer sua parte no pacto passa obrigatoriamente pelo rebanho.

Nathalia Passarinho, da BBC, fala do caminho mais óbvio – reduzir o consumo de produtos bovinos. Já há vários substitutos à base de vegetais e até de insetos que procuram manter a textura, a cor e, claro, o sabor da carne bovina. A Folha e o g1 também publicaram a matéria.

Há movimentos em direção à redução da quantidade de metano arrotada pelo rebanho brasileiro. O Estadão, o Globo Rural e o Valor deram matérias contando experiências neste sentido. Ambos falam de propriedades que investiram na integração lavoura, pecuária e floresta. Um pasto bem manejado faz o gado engordar melhor e mais rápido e poder ser abatido mais cedo. Assim, as emissões por peso de carne são menores. E há duas vantagens adicionais: a grama que serve de alimento cresce novamente, removendo CO2 da atmosfera. Há experiências que indicam que essa remoção praticamente compensa todo o arroto do gado que ali cresceu. Além disso, o plantio de árvores compensaria outra parte dessas emissões.

Tentativas mais tecnológicas de redução da emissão de metano pela boiada brasileira devem ser anunciadas em breve por uma grande corporação do setor.

 

ClimaInfo, 9 de novembro de 2021.

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